O Brasil mantém cautela e decidiu ainda não cravar vitória do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nas eleições que ocorreram neste domingo (28). Em entrevista à Veja, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, declarou nesta segunda-feira (29) que "ainda é cedo" para o país reconher à reeleição de Maduro.
Também na segunda, Celso Amorim se reuniu com Maduro no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, onde o atual presidente afirmou que irá entregar nos próximos dias as atas eleitorais e expressou seu medo de sofrer um golpe da extrema-direita.
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Se o Brasil mantém a cautela, não podemos dizer o mesmo do PT, partido do presidente Lula, que, por meio de nota, reconheceu a vitória de Maduro.
“Importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”, disse o Partido dos Trabalhadores, que é presidido pela deputada Gleisi Hoffmann.
A atitude do Brasil também vai na contramão de países vizinhos, que já se pronunciaram. O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que não irá reconhecer a vitória de Maduro, enquanto o chileno Gabriel Boric disse que "é difícil acreditar" nos resultados divulgados.