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Destemido - 19/05/2023, 08:47 - Anderson Orrico

Bolsonaro diz que não tem medo de ir para o xilindró

Ex-presida é alvo de ao menos ações e inquéritos

Bolsonaro afirmou que é perseguido
Bolsonaro afirmou que é perseguido |  Foto: Marcos Corrêa/PR

O ex-presida Bolsonaro, em entrevista à revista Veja, disse que não tem motivos para ir para o xilindró e, sem apresentar provas, afirmou que pessoas “importantes” já pretendiam prendê-lo antes mesmo do fim do seu governo. De acordo com ele, queriam “carimbá-lo com a pecha de ex-presidiário”.

Bolsonaro é alvo de ao menos 24 ações e inquéritos — entre eles, investigações sobre supostos incitadores e autores intelectuais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro; sobre as joias sauditas trazidas pela comitiva presidencial da Arábia Saudita; e sobre a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Na entrevista, Jair Bolsonaro também citou o caso da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, presa e condenada sob acusação de atos antidemocráticos, mas negou temer que o mesmo ocorra com ele, no Brasil.

“Para ter algum motivo que justificasse isso, eu precisaria ter feito pelo menos 10% do que ele fez. E eu fiz 0%. Algumas pessoas importantes, não vou dizer os nomes, já diziam antes de acabar o governo que querem me prender. Uma prisão light, apenas para me carimbar com a pecha de ex-presidiário”, disse Bolsonaro.

O ex-presida revelou que sabia que seria perseguido após deixar a Presidência, mas não "dessa forma".

“O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. Na terça-feira, nem tinha deixado o prédio da PF ainda e a cópia do meu depoimento já estava na televisão. É um esculacho. Todo o meu entorno é monitorado desde 2021. Quebraram os sigilos do coronel Cid para quê? Para chegar a mim”, reclamou.

Sobre a suspeita de fraude nos cartões de vacinação, Bolsonaro acredita que "alguém fez besteira”, porém defende o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que foi preso este mês por suspeita de participar do esquema.

“Quem indicou o Cid foi o comando do Exército da época, mas ele me serviu muito bem. Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele, e não quero acusá-lo de nada. Eu tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho”, afirmou.

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