Paris 2024 será lembrada por muitas conquistas, mas, especialmente para o Brasil, esta edição dos Jogos Olímpicos resplandeceu com o brilho e a força das mulheres negras até aqui. Em um momento onde a diversidade e a inclusão são cada vez mais celebradas na sociedade, o protagonismo dessas atletas é um marco na história esportiva e social em todo o mundo.
Rebeca Andrade saltou para encantar o mundo ao conquistar a medalha de ouro na ginástica artística. Com uma exibição firme e condizente com o seu talento, ela deixou para trás até mesmo a lendária Simone Biles para assumir o ouro do solo na ginástica artística e ser reverenciada por suas adversárias - outras duas mulheres negras, desta vez norte-americanas - no pódio. Não dá pra esquecer ainda que, só nesta edição dos jogos, Rebeca ainda conquistou outras três medalhas: um bronze e duas pratas. É ela!
No tatame, Beatriz Souza mostrou toda a garra da mulher brasileira ao conquistar o ouro no judô. Ela também contribuiu para o bronze da equipe de judô na disputa por equipes, e emocionou o Brasil com palavras de incentivo após a conquista. "Mulherada, pretos e pretas do mundo todo. É possível. Acreditem. Às vezes a gente acha que pode estar pagando muito caro, mas vale cada centavo quando a gente conquista o que a gente quer", disse.
E não podemos esquecer de Rafaela Silva, cuja vitória na disputa que garantiu a medalha de bronze para o judô por equipes foi decisiva. Rafaela veio de uma medalha de ouro na Rio 2016, mas deixou de participar da Toquio 2020 por ter caído no dopping. Em Paris, não conseguiu a medalha individual, mas foi decisiva para ajudar os colegas a derrotar a Itália na disputa por equipes.
A história dessas mulheres nos Jogos Olímpicos de Paris é mais do que um relato de vitórias esportivas; elas desafiaram estereótipos, romperam barreiras e colocaram em destaque a importância da representatividade em um mundo onde as desigualdades raciais e de gênero ainda são profundas.