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Apagão - 29/04/2025, 10:44 - Dara Medeiros

Laranjada gringa! Baianos relatam sufoco durante apagão na Europa

Galera que foi tentar a vida fora do Brasil viveu momentos de medo

O apagão atingiu a Espanha e Portugal. Parte da França também foi afetada
O apagão atingiu a Espanha e Portugal. Parte da França também foi afetada |  Foto: MIGUEL RIOPA / AFP

A semana começou caótica na Europa. A Espanha e Portugal enfrentaram o maior apagão da história dos países nesta segunda-feira (28), ficando cerca de 10 horas no escuro, e os baianos que estão no continente viveram uma verdadeira ‘laranjada’ gringa.

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Ainda sem uma explicação oficial, a queda do fornecimento de energia elétrica fez alguns dos destinos mais procurados por turistas e imigrantes se transformarem em um cenário de filme apocalíptico. O evento afetou o funcionamento de trens, metrôs, aeroportos, instituições de ensino e estabelecimentos comerciais. Semáforos ficaram desligados e causaram grandes congestionamentos, telefones e serviços de internet foram prejudicados em diversas regiões e até o atendimento em alguns hospitais precisou ser interrompido.

Em entrevista ao Portal MASSA!, pessoas que foram ganhar a vida fora do Brasil contaram sobre os momentos de caos e medo que tiveram que encarar.

Distante de casa há cinco anos, Daiana de Menezes Conceição, de 44 anos, atua como cuidadora de idosos em Algarve, no extremo sul de Portugal. Quando o apagão começou, ela estava no trabalho e era quase 12h do horário local.

Daiana de Menezes Conceição mora em Portugal
Daiana de Menezes Conceição mora em Portugal | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Inicialmente, a situação parecia ser simples e passageira, até que ela descobriu a partir de colegas que se tratava de um problema de grande proporção. “Fiquei sabendo através de um grupo de jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia”, contou.

A energia só foi restabelecida na região em que Daiana está por volta das 21h30, e ela ficou incomunicável a maior parte desse período, porque o sinal de internet desapareceu completamente. O que a ajudou a passar por esse perrengue foi o fato do apagão ter durado pouco tempo, enquanto ela estava em um lugar seguro, já que a cuidadora de idosos não tinha armazenado nada que pudesse ajudá-la em situações como essa.

“Estarei preparando um Kit de sobrevivência, pois quem se previne passa pela provação com tranquilidade e paz. A coisa não ficou pior pra mim, porque foram poucas horas, pois teve mercado que já tinha fechado as portas, outros já faltavam alimentos. Aqui em casa temos gás, o que ajudaria a fazer o alimento, mas na casa da minha patroa tudo dependia da eletricidade”, disse ela ao MASSA!.

Quem também conversou com a nossa equipe foi a baiana Taíse Rodrigues, que mora no interior de Madrid, na Espanha, e estava trabalhando acompanhada do filho adolescente, o Angel, quando ficou sem energia.

Taíse Rodrigues mora na Espanha
Taíse Rodrigues mora na Espanha | Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Estava trabalhando. Eu não sofri nenhum problema de transporte, porque eu estava no meu carro e onde eu trabalho é como se fosse um interior, então tem movimentação, tem semáforo, mas não é tanto quanto na cidade”, explicou.

Para Taíse, a maior dificuldade foi no momento de se alimentar: “Em relação à alimentação, eu tive dificuldade, porque fiquei pensando em como iria esquentar, pois aqui a maioria da Espanha tem o fogão de vitrocerâmica, que é elétrico e não a gás, fiquei preocupada com isso, mas ainda bem que tinha salada e Angel come salada. A gente teve que comer o que tinha”.

A trabalhadora contou que soube que a falta elétrica era geral por um rádio de pilha. Os apresentadores contaram que foi um “apagão de grande proporção” e deixaram todos surpresos. “Ninguém imaginava, porque isso aqui nunca aconteceu, nunca passou esse tempo todo. As pessoas que são de toda vida daqui, os espanhóis, disseram que isso nunca aconteceu”, relatou.

Rumores de ataque cibernético e Terceira Guerra Mundial

Em março deste ano, a Comissão Europeia pediu que a população de todo o continente preparasse um kit de sobrevivência para casos de emergência. O ideal era armazenar suprimentos suficientes para ‘segurar as pontas’ por pelo menos 72 horas. Entre os itens sugeridos estavam água, alimentos de fácil preparo e durabilidade, dinheiro, remédios e lanternas com pilha. O comunicado dividiu opiniões e despertou a sensação de que algo ruim está por vir.

Imagem ilustrativa da imagem Laranjada gringa! Baianos relatam sufoco durante apagão na Europa
Foto: Freepik/Imagem Ilustrativa

Em pouco tempo, as redes sociais foram tomadas por teorias de que a Europa havia descoberto alguma movimentação suspeita e que a Terceira Guerra Mundial poderia começar a qualquer instante. Porém, não há confirmação sobre as especulações, e os órgãos oficiais alegaram que as orientações foram dadas como forma de prevenção em casos de desastres climáticos e crises geopolíticas. A possibilidade de ataques cibernéticos e agressão armada também foram incluídas na explicação.

A jovem Stefane Araújo, natural do Subúrbio Ferroviário de Salvador, se mudou para a Renânia do Norte, na Alemanha, há quase dois anos, e é estudante da Medical School academia chirurgica GmbH. Ela ficou sabendo do alerta na época em que ele foi emitido, mas não colocou tanta fé de que algo realmente pudesse acontecer.

Stefane Araújo mora na Alemanha há quase 2 anos
Stefane Araújo mora na Alemanha há quase 2 anos | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mesmo não estando em uma região que não foi afetada pelo apagão, a sensação que ela tem é de insegurança: “Sinceramente, eu custei a acreditar que um apagão de verdade fosse acontecer aqui. Achei que era só alarme falso, ou que se viesse a acontecer alguma coisa, demoraria. Agora bate um medo real, porque a gente depende de eletricidade para absolutamente tudo. Sem luz, parece que o mundo para”.

Depois do perrengue nos países vizinhos, ela decidiu seguir as orientações do governo. “Infelizmente, apenas hoje fui preparar meu kit sobrevivência, mas graças a Deus que consegui a tempo. E pra ser bem sincera, eu não faço ideia de como vão ser os próximos dias. Estou assustada, sem saber o que nos espera”, desabafou.

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