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Tragédia - 06/02/2023, 14:01 - AFP

Forte terremoto já deixou mais de 2.300 mortos na Turquia e na Síria

Pelo menos 2.834 prédios desabaram com o tremor

Terromo deixou mais de 8 mil feridos
Terromo deixou mais de 8 mil feridos |  Foto: Sami al Sayed/AFP

Mais de 2.300 pessoas morreram, e milhares ficaram feridas por um devastador terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria, nesta segunda-feira (6), com tremores sentidos até na Groenlândia.

Na Turquia, onde foi registrado o epicentro do terremoto, pelo menos 1.498 pessoas morreram, de acordo com o último balanço informado pelo órgão público de gestão de catástrofes. Além disso, quase 8.533 ficaram feridas, afirmou o presidente Recep Tayyip Erdogan, acrescentando que pelo menos 2.834 prédios desabaram com o tremor.

Na vizinha Síria, o terremoto provocou ao menos 810 mortes e mais de 2.315 feridos. O Ministério da Saúde sírio relatou 430 pessoas mortas e 1.315 feridas em áreas controladas pelo governo desse país devastado pela guerra.

Os Capacetes Brancos, que operam nas áreas controladas pelos rebeldes na Síria, registraram pelo menos 380 mortos e mais de 1.000 feridos nesses setores.

O tremor foi sentido às 4h17 (22h17 de domingo, no horário de Brasília) e ocorreu a uma profundidade de 17,9 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

O epicentro foi localizado no distrito de Pazarcik, na província de Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, a cerca de 60 km da fronteira com a Síria.

Um novo terremoto de magnitude 7,5 atingiu a região às 13h24 (7h24 no horário de Brasília), quatro quilômetros a sudeste da cidade de Ekinozu, de acordo com o USGS. Também houve cerca de 50 tremores secundários, de acordo com Ancara.

É muito provável que o saldo aumente rapidamente, levando-se em conta o número de prédios desabados nas cidades mais afetadas, como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir, no sudeste da Turquia.

Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas.

"Minha irmã e seus três filhos estão sob os escombros. Também seu marido, seu sogro e sua sogra. Sete membros da nossa família estão sob os escombros", disse à AFP Muhittin Orakci, ao testemunhar as operações de resgate em frente a um prédio em ruínas em Diyarbakir.

"A irmã dele ainda está sob os escombros", disse uma mulher, apontando para outra vítima inconsolável na mesma cidade.

Aeroportos bloqueados

Por questões de segurança, o gás foi cortado em toda a região, devido a tremores secundários que poderiam gerar explosões.

O Curdistão iraquiano informou que suspenderá as exportações de petróleo através da Turquia como precaução.

Este é o maior terremoto na Turquia desde 17 de agosto de 1999, que causou 17.000 mortes, mil delas em Istambul.

Segundo o vice-presidente turco, Fuat Oktay, pelo menos três dos aeroportos da zona afetada, Hatay, Maras e Gaziantep, foram fechados ao tráfego. A neve e as tempestades que atingiram a região impediram a circulação em outros aeroportos, incluindo o de Diyarbakir, constatou a AFP.

Algumas imagens na televisão turca e nas redes sociais mostram pessoas assustadas, de pijama, vagando pela neve, enquanto observam equipes de resgate vasculhando os escombros de suas casas.

Enquanto isso, a agência síria de notícias SANA divulgou imagens que mostravam destruições significativas em várias cidades, entre elas, Latakia, na costa oeste do país, onde edifícios inteiros desabaram.

A mídia pró-governo informou que vários prédios desabaram parcialmente em Hama, no centro da Síria, onde bombeiros e equipes de resgate tentavam resgatar um sobrevivente dos destroços.

O chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, Raed Ahmed, disse à rádio oficial que este foi, "historicamente, o maior terremoto já registrado".

O terremoto provocou cenas de pânico. Muitos moradores saíram às ruas, apesar da chuva torrencial.

Ajuda internacional

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, cuja forma de lidar com essa tragédia pesará muito nas disputadas eleições de 14 de maio, pediu união nacional.

O governo sírio pediu ajuda à comunidade internacional.

A União Europeia (UE) e muitos de seus países-membros anunciaram o envio de ajuda e equipes de resgate. O mesmo foi feito por Estados Unidos, Reino Unido, Israel, Índia, Azerbaijão e Ucrânia, além da Grécia, rival histórico da Turquia.

O papa Francisco manifestou sua "profunda tristeza" pelo ocorrido, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, disse que enviará equipes de resgate à Turquia e Síria após conversar com seus homólogos nos dois países. O presidente chinês, Xi Jinping, enviou suas condolências aos dois países.

Segundo o Kremlin, Erdogan garantiu que determinou que "os órgãos competentes de seu país aceitem ajuda dos socorristas russos".

A Turquia está localizada em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.

Especialistas alertam há muito tempo que um grande terremoto poderia devastar Istambul, que permitiu construções generalizadas sem precauções.

Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu Elazig em janeiro de 2020, matando mais de 40 pessoas. Em outubro desse mesmo ano, outro de magnitude 7,0 sacudiu o Mar Egeu, deixando 114 mortos e mais de 1.000 feridos.

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