Quem for à Fenagro, a maior feira agropecuária do Norte-Nordeste, até o dia 8 de dezembro, no Parque de Exposições, em Salvador, vai poder entrar em contato com diversos animais, entre eles, bois da raça Nelore e diversas outras, que estão sendo expostos no Pavilhão de Bovinos.
O Grupo A TARDE aproveitou a oportunidade para conversar com o presidente da Associação Baiana dos Criadores de Nelore (ABCN), Paulo Vilas-Bôas Machado, sobre a raça e o que diferencia um boi de corte do de reprodução.
Ele contou que Nelore é uma raça de corte. “Dentro da atividade pecuária de corte tem quem faz seleção, ou seja, escolhe indivíduos para serem aprimorados em um trabalho de melhoramento genético e que vão ser sementes para a segunda parte, que é a produção a pasto de gado de corte”, iniciou.
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“Tem fazendas que criam vacas para parir bezerros que vão virar bois de corte e tem fazendas que tem um gado puro que é selecionado para ter cada vez mais características que a gente entende serem positivas e esses indivíduos serem pais da geração seguinte. Ou seja, vão ser reprodutores a serem usados nos outros rebanhos de gado criado a pasto para a produção de bezerro”, explicou.
De acordo com Paulo, não existe uma regra para a separação entre boi de corte e aqueles criados para a reprodução. “Existem fazendas com uma variedade de condições ambientais muito grande. Nós temos zonas semiáridas, onde tem secas, temos zonas mais úmidas, onde chove mais. E o gado, a depender da região, vai sofrer ou desfrutar das características do clima”, enfatizou.
O presidente da ABCN continuou: “Ou seja, tem momentos que você tem maior oferta de comida no pasto e tem momentos que tem menos. Tem pessoas que vão suplementar no momento que falta comida, isso vai manter os animais em melhor estado corporal e tem criadores que deixam o gado perder peso e depois recupera. Não existe uma regra. A mesma coisa é na parte de seleção. Tem criadores que selecionam com o ambiente de suplementação e tem aqueles que têm uma crença de que deve selecionar no mesmo ambiente do gato comercial”.
Ela pontua, porém, que o animal que vai para uma disputa de pista tem que ser tratado, porque vai ganhar pela aparência. “Você não olha na pista se a vaca é boa de leite, se vai criar bem o bezerro, ninguém observa essas coisas. A regra é a aparência. No caso do animal de pista, é obrigatório ter a suplementação. Mas tem criadores que não trazem para a pista e criam rigorosamente a pasto. O trabalho que se faz no Brasil com a raça Nelore é para produzir mais carne”, finalizou.