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Belos exemplares - 15/09/2024, 10:31 - Miriam Hermes/Portal A Tarde - Atualizado em 16/09/2024, 14:34

Exemplares de destaque nos rebanhos baianos desfilam na Fenagro

Fenagro deve reforçar a pujança da produção animal, com variadas espécies e raças de diferentes territórios

Exemplares premiados da pecuária do estado desfilam no palco da Fenagro
Exemplares premiados da pecuária do estado desfilam no palco da Fenagro |  Foto: Cedoc A TARDE

Evento construído por muitas mãos, a Feira Nacional da Agropecuária (Fenagro) reúne, há mais de três décadas, criadores com os melhores plantéis das principais raças de bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Referência no estado, a feira exalta e condecora a pecuária baiana, valorizando o empenho e investimentos na atividade, que é um dos pilares da economia estadual.

Neste ano em que a Bahia alcançou a certificação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de Estado Livre de Aftosa Sem Vacinação para bovinos e bubalinos, a Fenagro deve reforçar a pujança da produção animal, com variadas espécies e raças de diferentes territórios. Com o status conquistado, a cadeia produtiva da pecuária deve economizar em torno de R$ 100 milhões por ano, que eram gastos com os imunizantes e toda a mobilização para sua aplicação.

Atividade tradicional na economia do estado, a agropecuária gera cerca de um terço dos empregos totais da Bahia, de acordo com a Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri). Destes, 12,6% estão voltados para a pecuária, aquicultura, pesca e serviços relacionados. Entre bovinos, ovinos e caprinos, o estado soma mais de 21 milhões de exemplares.a

Com cerca de 13 milhões de cabeças, a bovinocultura é a principal atividade pecuária dos criadores baianos. Deste rebanho, cerca de 80% são de pequenos produtores que possuem entre dez e 50 animais. Os números deixam a Bahia em sétimo lugar entre estados criadores de bovinos.

Primeira no ranking nacional em número de animais, a ovinocultura baiana tem 4,6 milhões de cabeças e conquistou o topo recentemente, ao ultrapassar o Rio Grande do Sul. O estado é o primeiro também entre criadores de caprinos, somando 3.716.229 animais, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE).

Associações de criadores de animais destacam a importância da participação de produtores de todo o Nordeste e de diferentes estados na Fenagro, que tradicionalmente fecha a programação anual de grandes feiras agropecuárias no País.

Ao longo da sua história, a feira não só estimulou a criação especializada através de investimentos com pesquisa, visando a melhoria genética, como o próprio evento sempre atuou como disseminador de boa genética nos rebanhos, através da comercialização de animais adultos, jovens e embriões.

A Fenagro também proporcionou bons negócios, troca de informações e, com grande repercussão, premiou os destaques das diferentes espécies e raças. A competição sadia tem motivado a participação de famílias e grupos empreendedores na busca pelos primeiros lugares nos diferentes certames que ocorrem dentro do evento principal.

As disputas pelo reconhecimento como os melhores puros de origem, os destaques na produção de leite, dentre outras modalidades competitivas, são tradicionais na feira, o que proporciona visibilidade aos criadores.

Impacto no abastecimento

Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), a pecuária baiana desempenha um papel fundamental para a economia do estado e tem grande importância e impacto para o abastecimento do mercado interno da proteína da carne.

O setor enfrenta desafios, como as flutuações nos preços e as questões climáticas, mas há comprometimento do poder público em apoiar os produtores, articulando investimentos e políticas que elevem o nível de emprego de tecnologia, infraestrutura e assistência técnica, para que a pecuária baiana continue crescendo de forma sustentável e competitiva.

Com vasta extensão territorial e diversidade climática, a Bahia oferece condições ideais para a criação de diferentes rebanhos. O estado ocupa a posição de principal polo pecuarista do Nordeste e, no caso dos caprinos e ovinos, possui o maior rebanho do País, na comparação com outros estados.

As grandes estrelas da festa

Os protagonistas têm sido, dentre outros, os equinos das raças Pampa, Mangalarga e Mangalarga Marchador; os ovinos Santa Inês e Dorper; os caprinos Boer e Anglonubiana; e bovinos Girolando (para leite) e Nelore (para corte). Em paralelo aos leilões e outros momentos de interação com os demais criadores, a Fenagro proporciona cursos e oficinas de qualificação e capacitação voltados ao meio rural.

Imagem ilustrativa da imagem Exemplares de destaque nos rebanhos baianos desfilam na Fenagro
Foto: Carlos Santana | Cedoc A TARDE

Vitória histórica sobre a febre aftosa

A conquista histórica para a pecuária baiana, que, em maio deste ano obteve o reconhecimento de Zona Livre de Febre Aftosa sem vacinação, foi certificada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Capaz de dizimar rebanhos, a doença é combatida com vacinação de bovinos e bubalinos na Bahia há 56 anos.

Em 2005, com situação sanitária crítica em diferentes regiões do Brasil e para evitar que o vírus da febre aftosa se disseminasse no rebanho no estado, a Fenagro foi cancelada. O fato causou prejuízos à classe dos criadores e demais segmentos envolvidos no evento e mereceu destaque nas páginas de A TARDE, sendo, inclusive, manchete do jornal.

Sem esconder o contentamento com a vitória sobre a doença, o titular da Seagri, Walisson Tum anunciou que “com o fim da vacinação contra a febre aftosa em nosso estado, já vislumbramos mercados internacionais”. Para ele, a pecuária bovina baiana está entrando em uma nova era.

Tum ressaltou que a conquista foi possível graças à união dos esforços de todos, desde as equipes da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) envolvidos diretamente, até os criadores e seus colaboradores, considerando que nas últimas campanhas os índices alcançados chegaram perto de 100% do rebanho.

Nas últimas campanhas os índices alcançados chegaram perto de 100% do rebanho

O diretor-geral da Adab, Paulo Sérgio Luz, também destacou a abertura de novos mercados para a carne produzida no estado a partir da certificação do Mapa. Ele afirmou que alguns frigoríficos baianos já têm o Selo de Inspeção Federal (exigido para exportações) e outros estão providenciando, justamente de olho nas novas possibilidades de mercados consumidores.

“A Bahia já exporta, mas é um volume pequeno”, disse Paulo Luz, ressaltando que o estado passa agora por um período de vigilância para a febre aftosa acompanhado pelos técnicos do Mapa. A perspectiva é que “até abril de 2025, a Bahia vai receber a certificação internacional da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA)”. Depois disso, o estado estará apto para vender a mais de 60 países.

Também o mercado das carnes de ovinos, caprinos e derivados deverão sentir o reflexo do status sanitário da Bahia, conforme o diretor geral da Adab. Ele ressaltou que embora a febre aftosa não seja tão perigosa para a ovinocaprinocultura como é para a bovinocultura, muitos países rejeitam até mesmo os seus produtos lácteos. “A certificação [da OMSA] vai derrubar todas estas barreiras”, festejou.

História Ao longo de mais de três décadas, A TARDE documentou as novidades e atrações da maior feira do gênero do Norte-Nordeste.

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