Representantes de 58 povos de terreiro se reuniram nesta terça-feira (17), no Forte da Capoeira, no Santo Antônio Além do Carmo, para o lançamento da 4ª edição do Olojá-Senhor do Mercado, candomblé de rua celebrado na Feira de São Joaquim, que acontecerá em 8 de março de 2025. Com o tema "Exus do Brasil”, o evento ressaltou a importância cultural, espiritual e histórica de Exu, entidade cultuada por adeptos de religiões de matriz africana.
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A cerimônia foi marcada pelo primeiro encontro de terreiros Olojá-Senhor do Mercado. Para Anane Simões, presidente da Associação Cultural e Social Olojá Senhor do Mercado, a integração entre os diversos ramos religiosos que cultuam a divindade é uma forma de destacar o acolhimento exercido na celebração.
"Quando a gente traz esse tema, é justamente para dizer que o Olojá é a casa de todo nós e aqui cabem todas as formas de culto a Exu, com alegria, verdade e afeto. O Olojá 2025 vem com essa mensagem de que precisamos estar juntos para sermos felizes em rede", pontua.
O evento também tem como objetivo desmistificar a imagem de Exu, comumente associada ao diabo cristão. "É um dia muito feliz para nosso povo de santo que sempre enfrenta a discriminação religiosa e o racismo. É um dia de luta e de amor", ressalta o babalorixá da Casa do Mensageiro, Richelmy Esùtobì.
A festa começou em 2022 na Bahia e teve uma edição em Madureira, no Rio de Janeiro, em julho deste ano. Richelmy explica que a meta é projetar o orixá nacionalmente. "Para ano que vem, a gente pensa em fazer em Porto Alegre, em Belém, em Aracaju, enfim, levar Exu para outros estados do Brasil".
O Olojá-Senhor do Mercado 2025 acontece em parceria com a Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA). A ação faz parte do Projeto Agô Bahia, que busca valorizar as religiões de matriz africana e combater a intolerância religiosa. Presente no evento, o secretário de Turismo, Maurício Bacelar, frisou a relevância do programa.
"É um projeto em que estimulamos a visitação a terreiros de candomblé, mas com respeito que uma visita a um templo religioso exige. O Olojá, uma festa de todos as nações das religiões de matriz africana, é uma festa da diversidade, onde se saúda o orixá das ruas e dos mercados", disse.