Praticado oficialmente no Brasil desde 1985, o Basquete Master tem se popularizado cada vez no país. Inicialmente disputado com apenas cinco estados, o torneio nacional já recebe quase todas as unidades federativas e, fora do território nacional, o Brasil tem sido referência nos principais campeonatos do continente e do mundo.
Com mais de 15 anos dedicados ao esporte, o baiano Rubens Doria concedeu entrevista ao Portal A TARDE para falar um pouco mais sobre o cenário da modalidade no país. Em agosto, ele irá integrar a Seleção Brasileira que viaja para a Argentina, onde será o realizado o próximo Campeonato Mundial de Basquete Master.
Durante a conversa, Doria falou sobre as principais dificuldades enfrentadas na prática da modalidade, a transição de carreira do basquete tradicional para o master e ainda analisou a importância do estado da Bahia no processo de popularização do esporte. Confira:
Qual a federação responsável pela modalidade no Brasil e como funciona a organização das categorias?
Temos a Federação Brasileira de Basquetebol Master (FBBM), que é a entidade responsável pela administração e organização da modalidade. O esporte contempla atletas a partir dos 30 anos para competições nacionais e internacionais, além dos eventos administrativos e técnicos relacionados ao desenvolvimento do Basquete Master brasileiro. As categorias são Pré-Veterano, Sênior, Master e Super Master. A FBBM também está vinculada à Federação Internacional de Maxibasketball (FIMBA), que organiza as competições internacionais, como Campeonatos Pan-Americanos e Mundiais, e Ligas Internacionais.
Atualmente, todos os estados participam de campeonatos ou nem todos tem um time master?
O Basquete Master no Brasil vem evoluindo significativamente. Para se ter uma ideia dessa evolução, o primeiro campeonato brasileiro foi realizado em 1985, na cidade de Fortaleza, com apenas cinco estados envolvidos. Eram somente Ceará, Minas Gerais, Bahia, Brasília e São Paulo. Já no último campeonato, que ocorreu em novembro de 2022, em João Pessoa, mais de 20 estados estiveram presentes. Faltou apenas Alagoas, Piauí, Roraima, Tocantins e Sergipe. Isso já representa um enorme avanço.
Assim como outros esportes, o Basquete Master enfrenta dificuldades com patrocínios?
Sim, com certeza. Na verdade, acredito que todos os esportes no Brasil, com exceção do futebol, sofram em algum nível com a falta de apoio e dificuldade de patrocínio, principalmente por conta da baixa visibilidade na mídia. Com toda certeza a modalidade tem muito potencial para crescer. No entanto, a velocidade desse crescimento vai depender de esforços coletivos e patrocínios.
Assim como outros esportes, o Basquete Master enfrenta dificuldades com patrocínios?
Sim, com certeza. Na verdade, acredito que todos os esportes no Brasil, com exceção do futebol, sofram em algum nível com a falta de apoio e dificuldade de patrocínio, principalmente por conta da baixa visibilidade na mídia. Com toda certeza a modalidade tem muito potencial para crescer. No entanto, a velocidade desse crescimento vai depender de esforços coletivos e patrocínios.
Como é o cenário do Basquete Master no estado da Bahia?
A Bahia é uma referência no Basquete Master nacional. Sempre esteve na elite desde do primeiro campeonato brasileiro, inclusive participou de todas as edições. Muitos atletas da Bahia vêm se destacando no cenário nacional, o que beneficia o crescimento da modalidade no estado. Os atletas mais experientes têm se tornado referenciais para os mais jovens, e assim o esporte vai se fortalecendo. Atualmente, temos cerca de 180 atletas em atuação, distribuídos entre as categorias Pré-Veterano (25 a 29 anos), Sênior (30 a 39 anos), Master (40 a 54 anos) e Super Master (55 a 75 anos).
Existe alguma diferença do Basquete Master para o Basquete tradicional no sentido de pontos, altura da cesta, números de jogadores em quadra e etc?
De um modo geral, não. As dimensões da quadra, altura da cesta, modelo de bola, quantidade de jogadores, tempo de jogo são exatamente os mesmos do baquete tradicional. Agora, o que ocorre geralmente são alguns ajustes pequenos, devido a algumas necessidades em categorias com uma maior idade.
Sobre a transição de carreira, é possível mudar de nível do alto rendimento pró master?
A transição costuma ser feita naturalmente. Isso porquê a disputa, a vontade de vencer, as rivalidades, geralmente continuam existindo. O que muda costuma ser somente o tempo de treinamento e, principalmente, o ritmo de jogo, que passa a ser compatível com a idade da categoria.