No segundo treino da etapa final da preparação para a Copa do Qatar, e o primeiro treino de Neymar na Seleção Brasileira nessa fase, na terça-feira (15) pela manhã, no horário da Bahia, o técnico Tite realizou uma atividade tática em que dividiu os jogadores em dois grupos, alternando as posições. Foi metade para um lado e a outra para o outro. O camisa 10 da equipe não ficou fixo em nenhuma das formações. Ele serviu como um coringa na atividade.
Em entrevista em junho deste ano, o treinador da Seleção Brasileira nomeou o craque brasileiro como o "o arco e a flecha". Em termos mais diretos, sem a pomposa metáfora, Neymar é o armador, organiza o ataque, mas também é aquele que tem um talento especial, que chuta para o gol e pode ele próprio definir a partida. O arco e a flecha se encontram com o ‘coringa’ na tarefa que o atleta deve ocupar na equipe canarinho.
Já no penúltimo jogo das Eliminatórias contra o Chile, na goleada do Brasil por 4 a 0 em março deste ano, o capitão da Seleção foi escalado como centroavante. Marcou o seu na expressiva vitória da equipe.
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Mas, nas eliminatórias, entre 2020 e 2022, os seus melhores números são como meia ofensivo. Fez cinco gols em quatro partidas. No embate contra o Peru, triunfo do Brasil por 4 a 2, Neymar entrou como meia ofensivo, ao lado de Philippe Coutinho, e balançou a rede três vezes. Nesse mesmo jogo, Richarlison também anotou o seu. Como centroavante ou segundo atacante, marcou 2 em 3 partidas.
Sem Neymardependência?
Em entrevista no primeiro semestre deste ano, em que nomeou o camisa 10 como arco e flecha, o técnico Tite destacou a mudança de perfil de Neymar na seleção.
"Neymar amadureceu muito. Antes, quando ele estava no Barcelona e nos meus primeiros dias na seleção, ele era um jogador que ia para a ala, fazia gols, tinha ritmo, driblava, fazia jogadas individuais. Agora, ele expandiu a área em que atua e, além de artilheiro, cria jogadas para os outros”, afirmou Tite na época.
Dessa vez, a chamada Neymardependência também não tem a mesma força. Com jovens jogadores, principalmente no setor ofensivo, mas também sem desconfiança, a Seleção vai para o Qatar com opções e ares renovados no clima interno. Sem a pressão de resolver as partidas, Neymar tem mais chance de participar de outras formas.
No PSG, o craque brasileiro já vive essa realidade há um bom tempo, dividindo as funções de ataque com dois dos maiores nomes do futebol mundial, Kylian Mbappé e Lionel Messi. Na França, o brasileiro chegou como a grande estrela do elenco, articulador da maior parte das jogadas de ataque, mas hoje é uma peça importante no poderoso ataque da equipe parisiense.
Na Copa do Mundo, Neymar será mais do que um protagonista da equipe, como, ao menos na expectativa geral, foi em outros mundiais. O craque brasileiro chega ao Qatar como um grande ‘coringa’ no ataque comandado por Tite.
Será aquela carta na manga que pode ser acionada armando, definindo, indo para cima e driblando a zaga adversário para fazer o gol ou presentear um companheiro de equipe com o passe decisivo. Aquela carta na manga que pode surpreender o adversário ou mudar o jeito de jogar da Seleção diante das circunstâncias.