Luciano Cabral, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), levou seu filho Leandro Cabral, de 21 anos, para participar da Universíade e representar o Brasil na maior competição esportiva universitária do mundo, que este ano está sendo realizada na China. Leandro, porém, não passou pela seletiva nacional e, mesmo assim, representou o País no tênis.
A CBDU divulgou em julho a convocação de Jackson e Tayná, campeões da seletiva nacional, mas não mencionou a presença de Leandro Cabral. Ele perdeu as duas partidas de simples que disputou por 6/0 e 6/0, ou seja, sem ganhar um game sequer. Jackson e Leandro também disputaram uma partida de duplas, e o Brasil perdeu por 2 sets a 0, novamente 6/0 e 6/0.
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A denúncia foi feita por meio do Instagram do ex-tenista e hoje treinador Neco Haddad Bartos, e foi repercutida pela primeira vez pelo UOL. A CBDU recebe dinheiro público, ano passado foram R$ 24 milhões vindo das Loterias, via repasse do Governo Federal. Procurada pelo ge, a entidade foi direta: "A CBDU, assim como Luciano Cabral, não vão se posicionar".
A primeira derrota de Leandro em simples foi para o suíço Henry Der Schulenburg, que acabou campeão do torneio. A segunda derrota foi para Lucky Candra Kurniawan, da Indonésia, e durou apenas 25 minutos.
"Simplesmente a Confederação Brasileira do Desporto Universitário, a CBDU, colocou, na surdina, achando que ninguém ia descobrir, o filho do presidente para jogar a universiade na China que está acontecendo agora, sem ele ter jogado nenhuma seletiva ou participado de qualquer competição universitária nacional. Por favor, não vamos deixar isso passar em branco! É um tapa na cara do esporte brasileiro! Peço para que ajudem compartilhando essa situação inaceitável e cobrando respostas da confederação e das autoridades. Não dá mais!", escreveu Neco Haddad, que, em 2019, acabou não disputando as Universíades de Nápoles mesmo sendo o campeão da seletiva nacional.
A Universíade é uma competição muito respeitada internacionalmente. O Brasil já conquistou diversas medalhas no evento, mas, apenas para citar exemplos recentes, Paulo André Camilo foi campeão das Universíades em 2019, nos 100m e 200m, mesmo ano em que Alison dos Santos foi ouro nos 400m com barreiras. Arthur Zanetti, da ginástica artística, foi bicampeão nas argolas, em 2011 e 2013. Nesta edição chinesa, o Brasil conquistou sete medalhas de prata e seis de bronze.
Caso na Somália
A presidente da federação de atletismo da Somália, Khadija Aden Dahir, foi suspensa por acusações de nepotismo após sua sobrinha Nasra Abukar fazer o pior tempo da história dos 100m rasos, mais de 22 segundos. A investigação é para saber se Nasra teria sido beneficiada para competir nos Jogos Mundiais Universitários por ser parente do vice-presidente.
Além de nepotismo, Dahir foi acusada de "abuso de poder" e "difamar o nome da nação". Não existe qualquer registro de Nasra participando de outros grandes eventos ou que possam comprovar que a jovem é atleta.