
Há 65 anos, Bahia e Santos faziam a final do Campeonato Brasileiro – à época, a competição tinha o nome de Taça Brasil. Naquela ocasião, o Tricolor levou a melhor (3 a 1), ficou com o seu primeiro troféu nacional e superou o time do maior jogador de todos os tempos, Pelé.
Atualmente, o cenário é bem diferente, mas uma coisa é digna de nota: o Bahia está em um processo de recuperação de protagonismo no futebol brasileiro. Se em 22 de março de 1960 o mar não estava para peixe, é capaz que hoje as circunstâncias se repitam no duelo das 20h30, na Vila Belmiro, válido pela 2ª rodada do Brasileirão 2025.
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Enquanto o Tricolor ficou com o título do Campeonato Baiano, superando o rival na decisão (3 a 1 no placar agregado), e se classificou para a fase de grupos da Copa Libertadores, o Santos não conseguiu chegar à final do Paulistão, está retornando neste ano para a Série A, e desde 2016 não vence o seu estadual.
Além disso, vale dizer que nos últimos compromissos de ambas as equipes, foi o Bahia quem deixou uma melhor impressão: os comandados pelo técnico Rogério Ceni talvez fizeram sua melhor partida no ano contra o Internacional, pela Liberta, embora o placar tenha terminado em igualdade (1 a 1). O Alvinegro, no entanto, estreou mal nesta edição da Elite e foi superado pelo Vasco, por 2 a 1, de virada.
Em 59 nem o rei do futebol conseguiu impedir o Super-Homem Tricolor de alcançar a glória. Essa missão hoje seria de responsabilidade do ‘Príncipe da Vila’, mas, ele não vai poder encarar o desafio. Embora o atacante Neymar tenha voltdo a treinar com bola na última sexta-feira (04), é pouco provável que o craque, ainda em processo de recuperação muscular, vá a campo hoje – o atleta não joga desde o dia 2 de fevereiro, no duelo contra o Bragantino, pelas quartas do Campeonato Paulista.
Foco dividido
Embora o Bahia esteja em busca do seu primeiro resultado positivo neste Brasileirão (na estreia a equipe empatou com o Corinthians por 1 a 1, em casa), o Esquadrão pensa também na competição, a qual passou 36 anos sem disputar.
Depois do empate contra o Colorado, talvez o adversário mais difícil do grupo pelo bom momento que vive, os baianos precisam vencer no seu próximo compromisso na competição para figurar na primeira colocação. E esse não será um jogo fácil, já que o Nacional, do Uruguai, contará com o apoio da sua torcida no estádio Gran Parque Central, na próxima quarta-feira (09).
Portanto, diante dessas circunstâncias, é provável que o técnico Rogério Ceni opte por uma equipe mesclada no duelo desta noite, pensando na Liberta. A certeza é que o meia Everton Ribeiro não estará à disposição do treinador, já que foi expulso contra o Corinthians na primeira rodada.
100% de atenção
O que vale ser dito antes do jogo de hoje é que para o Bahia alcançar os três pontos será preciso ficar atento por todo o embate – nos últimos dois jogos, por mais que a equipe tenha jogado bem, levou gols próximo ao fim dos duelos e precisou se contentar com empates amargos. Quem comentou essa questão foi Caio Alexandre, ainda dentro de campo, após a partida contra o Inter, onde o Bahia teve sua defesa vencida aos 44 minutos do segundo tempo:
“São detalhes. São momentos que a gente faz o gol e, logo depois, quando tem o abafa do adversário, temos que estar um pouco mais atentos para evitar esse tipo de situação. Veremos os erros, corrigiremos o que não foi bom e continuar fazendo o que a gente vem fazendo de bom. [...] Não abandonamos a nossa identidade de jogo, que é propor a partida, controlar e criar chances. Acho que falta matar a partida e, consequentemente, não sofrer o empate”, comentou o volante tricolor.
FICHA
Santos x Bahia - 2ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Vila Belmiro, em Santos (SP);
Quando: domingo (6/4), às 20h30;
Árbitro: Alex Gomes Stefano (RJ);
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Luiz Claudio Regazone (RJ);
VAR: Gilberto Rodrigues Castro Junior (PE).
Santos: Gabriel Brazão; JP Chermont, Gil, Zé Ivaldo e Escobar; João Schmidt, Gabriel Bontempo, Thaciano (Barreal) e Rollheiser; Guilherme e Tiquinho Soares. Técnico: Pedro Caixinha
Bahia: Ronaldo; Gilberto, Kanu, Ramos Mingo e Luciano Juba; Caio Alexandre, Jean Lucas, Rodrigo Nestor e Cauly (Ademir); Erick Pulga e William José. Técnico: Rogério Ceni.