Ricardo Alexandre Mendes, esposo da ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, que faleceu na quinta-feira (21), ao cair do 17º andar do apartamento no Cerqueira César, bairro nobre da região central de São Paulo, não fez o processo de reconhecimento de corpo da atleta, nem compareceu ao sepultamento neste sábado, 23, em Belo Horizonte. O caso foi registrado como “morte suspeita” e está sob os cuidados do 78º Distrito Policial de São Paulo, nos Jardins.
A informação foi divulgada pelo Uol. Segundo o site, Ricardo deixou as roupas da campeã olímpica na portaria do prédio para que a funerária recolhesse e fizesse a preparação para o velório.
O corpo de Walewska chegou em Belo Horizonte na noite de sexta-feira, 22. De acordo com a Coluna Fábia Oliveira, do site Metrópoles, no boletim de ocorrência, consta que Ricardo recebeu uma mensagem da esposa minutos antes da morte. No texto, ela falou sobre o relacionamento dos dois e a decisão dele de se divorciar, depois de 20 anos de casados.
Ainda foi registrado que Ricardo disse que vinha enfrentando uma crise no relacionamento. De acordo com o boletim, a relação “foi se desgastando por diversos problemas; por ela ser compulsiva por compra e ter dilapidado boa parte do dinheiro que eles conseguiram durante os anos de casados”.
Segundo o boletim, a jogadora já insinuou praticar ato contra a própria vida, enquanto jogava em Uberlândia. Com isso, Ricardo foi até a cidade e teve uma conversa com os pais da atleta, expondo o problema.
Local da morte
Ainda segundo a coluna Fábia Oliveira, os policiais foram recebidos pela gestora do condomínio, quando chegaram no local. A mulher informou que Walewska tinha se jogado da área de lazer e caído na sacada de um apartamento do primeiro andar.
Ao chegarem à área, os policiais encontraram uma garrafa de vinho com uma taça sobre uma mesa, ambas com vinho pela metade. Também havia um celular e uma pasta com uma folha de sulfite, “onde foi feita uma carta que seria da vítima, aparentemente de despedida”.
Na ocorrência foi registrado que uma auxiliar de limpeza do condomínio e a ex-atleta chegaram a conversar rapidamente na área de lazer, mas de acordo com a profissional, Walewska “não chorava e falava normalmente”.
Carreira brilhante
Neste ano, Walewska lançou sua biografia “Outras redes”, contando sua trajetória até as quadras. A atleta nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Aos 12 anos, saiu de casa e pegou o ônibus para o primeiro teste de vôlei no clube de Minas e ali, dava seus primeiros passos rumo a uma carreira de conquistas.
A atleta iniciou a carreira nas categorias de base, aos 13 anos, e ingressou no time principal em 1995, onde permaneceu até 1998. Teve uma segunda passagem em 2014. Também defendeu o Osasco e Praia Clube, onde se aposentou.
Em Pequim-2008, a central fez parte da conquista do primeiro ouro olímpico de vôlei feminino. Nas Olímpiadas, ainda foi bronze em Sidney-2000 e ficou com o quarto lugar em Atenas-2004.
Sua despedida foi no Sul-Americano de vôlei em 2022, diante do Regatas Lima, do Peru, pela fase de grupos. Na semifinal contra o Sesi-Bauru e na final contra o rival de Minas, Wal ficou como opção no banco de reservas, mas não participou das partidas. Depois da aposentadoria, o clube de Uberlândia deixou de usar a camisa 1, que a central vestia.