
O Jusracial deu entrada com uma representação formal junto à Fifa contra Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol e vice-presidente da entidade máxima do futebol, pedindo a instauração de um procedimento disciplinar e sua expulsão. A ação baseia-se na declaração racista feita pelo paraguaio ao ser questionado sobre a possibilidade de afastamento de clubes brasileiros devido aos casos recorrentes de racismo: “Seria como Tarzan sem Chita”.
Leia Também:
O pedido do Jusracial se fundamenta nos artigos 3º, 4º, 5º e 8º do Estatuto da Fifa e nos artigos 11 e 13 do Código Disciplinar, que vedam expressamente condutas discriminatórias e preveem sanções severas para casos de racismo. Segundo o advogado Dr. Hédio Silva Jr., que assina a representação, “não há espaço para discursos racistas no futebol mundial. A Fifa precisa dar exemplo e aplicar sanções proporcionais à gravidade do ocorrido”.
Além da representação à Fifa, o Ministério Público Federal abriu investigação para apurar a conduta da CBF no caso do jogador Luighi Hanri Sousa Santos, vítima de racismo em uma partida da Libertadores, a pedido da Jusracial. A Conmebol, presidida por Domínguez, tem sido criticada por sua postura omissa, sem aplicar as penalidades previstas no Código Disciplinar e no Manual de Clubes.
Dr. Hédio Silva Jr. reforça a necessidade de uma punição exemplar: “Domínguez não apenas minimiza o racismo no futebol, mas naturaliza a ofensa racial como algo aceitável. Isso é inadmissível. Se a FIFA quer ser levada a sério no combate ao racismo, precisa bani-lo do futebol”.
Recentemente, o grupo de dirigentes do JusRacial notificou extrajudicialmente a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) por omissão e corresponsabilização no caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro Luighi, atacante do Palmeiras, em jogo válido pela Libertadores sub-20, no Paraguai. O atacante Luighi foi alvo de uma ofensa racista por parte de um torcedor do Cerro Porteño, enquanto vencia a partida por 3 a 0. O torcedor imitou um macaco na direção do jogador, que também recebeu uma cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas.
O Jusracial argumenta que a reincidência de Alejandro Domínguez em declarações racistas compromete a credibilidade da Conmebol e que sua permanência no cargo é insustentável. O pedido protocolado solicita que a FIFA tome uma posição firme, garantindo que o futebol seja um espaço de respeito e igualdade.