Muita gente se acostuma a ver jogadores de futebol comprando mansões, carros de luxo e frequentando boates, mas essa vida não representa nem 1% dos boleiros no mundo. É o caso do ex-lateral Marco Rotondano, que já atuou na base de equipes como Cruzeiro, Santos e Coritiba, mas acabou não vingando por conta das lesões.
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O que poderia ser um balde de água fria para muitos se tornou uma grande virada de chave para Marco, que hoje conta com mais de 60 mil seguidores no Instagram, onde compartilha suas histórias do tempo de jogador. Em entrevista ao Portal Massa!, ele explicou que a vida de influenciador surgiu de forma inesperada, mas com impacto imediato.
“Então, eu tava de madrugada, com insônia, lembro até hoje. Vi uma postagem dizendo: ‘com 15 anos, eu tava em tal time, me arrependi disso’. Me deu o start de postar minha história. Pensei por uns dois dias antes de postar. A minha primeira postagem foi no TikTok, não tinha nada lá, nem seguidor. Postei e foi muito rápido, acho que deu um milhão no primeiro dia. Hoje tá com três, se não me engano”, explicou.
“Dois dias depois, no dia 9 de maio, eu postei a mesma coisa no Instagram e bateu 8 milhões de visualizações, contando minha história. Foi algo muito do nada, sem pretensão de crescer”, completou.
Fim da carreira
Assim como o crescimento nas redes, o fim da carreira de Marco também foi inesperado. O início do fim veio quando ele foi relacionado para a Copa São Paulo, pelo Santos. Porém, a dois dias da estreia, rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA), ficando nove meses fora de campo.
Quando voltou, decidiu tentar outra equipe, mas sofreu nova lesão grave. “Quando eu voltei, tinha duas opções: ir pro Criciúma no profissional ou pro Santos sub-20. Escolhi o Criciúma porque tinha o Maicon, que já jogou na Seleção. Fiz pré-temporada, fui pra cinco jogos, mas não entrei em nenhum. Aí machuquei de novo, o mesmo joelho. Fiquei mais um ano parado”, contou.
Ainda insistindo, ele se juntou a uma equipe da Série A2 do Paulista, mas o corpo já dava sinais de desgaste. “Fui pra um time do interior, cheguei lá, no segundo treino fui dar um pique e a posterior estourou. Eu basicamente entrava em campo com medo de me machucar. A pandemia veio e eu decidi parar. Não queria mais passar por isso. Entrar em campo era um fardo”, desabafou Marco, que ainda revelou que ficou 4 anos sem acompanhar futebol após sua aposentadoria.
Início problemático
Nascido em São Paulo e criado na Bahia dos 6 aos 9 anos, Marco se destacou no futsal e, aos 13, foi para o Cruzeiro. Mas um caso de indisciplina encurtou sua passagem. “Teve o caso do iogurte, né. Eu tava com fome, a janta já tinha passado, e só teria comida no outro dia. Dormi até depois das 10, vi a cozinha aberta, peguei o iogurte. Meu cúmplice tava de muleta e não conseguiu me ajudar. Acabei sendo afastado, e fui mandado embora depois”, contou.
Depois, ele foi para o Coritiba, onde atuou com Matheus Cunha, hoje na Seleção Brasileira. No entanto, mais um episódio de indisciplina selou sua saída do clube. Mais tarde, conseguiu uma chance no Santos, ao lado de nomes como Rodrygo e Yuri Alberto, mas não teve o mesmo destino por conta das lesões.
Melhor que já viu em campo
Apesar de ter jogado com Rodrygo, Matheus Cunha, Yuri Alberto e até enfrentado Vinícius Jr, Marco surpreendeu ao eleger outro nome como o melhor que já viu em campo.
“Joguei com um zagueiro no Criciúma, o Nino. Esse cara, meu Deus, sou fã dele até hoje. O que ele fazia nos treinos e jogos... A gente jogou Copa do Brasil Sub-20, Catarinense, subimos juntos pro profissional. Quando ele chegou à Seleção, ninguém se surpreendeu. Todo mundo já sabia que ia acontecer. O cara é absurdo”, garantiu.
Conselho para quem está começando
Marco também deixou um recado para quem está começando no futebol. Para ele, a mentalidade faz toda a diferença.
“O que eu posso dizer é: escute quem quer o seu bem. Seus pais, treinador, pessoas que viveram o que você ainda nem viveu. Às vezes, com 13, 14 anos, a gente acha que é o dono do mundo, como eu achava. Mas se você escuta e absorve o que essas pessoas dizem, as chances de dar certo aumentam muito. Tenho amigos que vingaram e todos tinham cabeça de 25 anos com 14”, concluiu.
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