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Papo Massa! - 11/08/2025, 07:30 - Vinicius Portugal

Ex-jogador Marcone Amaral faz meio-campo do Leão para virar SAF

De Itamaraju para o mundo, ex-zagueiro do Vitória e da seleção do Catar revelou detalhes da sua vida ao MASSA!

Ex-atleta também falou sobre sua relação com o presidente Fábio Mota
Ex-atleta também falou sobre sua relação com o presidente Fábio Mota |  Foto: Divulgação

O ex-jogador Marcone Amaral tem uma história de vida admirável. De um garoto que saiu de Itamaraju, cidade do Extremo-Sul da Bahia com pouco mais de 62 mil habitantes, tornou-se ídolo do Vitória e no Catar, foi prefeito por duas vezes de seu município e, atualmente, está como deputado estadual.

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Pelo Leão, Marcone integrou um elenco tricampeão baiano e bicampeão da Copa do Nordeste. Após deixar o Vitória, o ex-zagueiro rodou por vários clubes até chegar ao Catar, onde se firmou e atuou de 2004 a 2015. Nesse período, chegou a se naturalizar catariano e vestir a camisa da seleção local.

Hoje, além do mandato parlamentar, Marcone é um dos líderes do Movimento Vitória SAF (MVSAF) e deve se reunir com representantes da Qatar Sports Investments (QSI), grupo que administra o Paris Saint-Germain. Em entrevista ao Portal MASSA!, o ex-jogador falou sobre sua trajetória, sua relação com o presidente do Vitória, Fábio Mota, e também sobre sua atuação política.

Confira a entrevista completa abaixo:

De que forma sua vivência no futebol influencia sua atuação política?

Marcone Amaral: Olha, a minha influência na política, através da minha carreira de jogador de futebol, é muito grande. Eu tive a oportunidade, graças a Deus, de ter também uma carreira internacional e de conhecer mais de 30 países através do futebol e do esporte, o que me deu um conhecimento de vida muito grande. Trago isso para a política: a humildade, a disciplina que nós temos no esporte e a vontade de ajudar as pessoas, que é o principal — e acho que deve ser o principal de qualquer político. Hoje, agradeço muito a Deus pela minha carreira de jogador e também pela oportunidade de ter sido prefeito duas vezes, presidente da Associação dos Municípios da Região Cacaueira, presidente do Hospital de Base em Itabuna e, agora, estar deputado. É uma ferramenta muito importante para poder ajudar as pessoas.

Há quem diga que a SAF pode afastar o torcedor das decisões do clube. Como garantir que o Vitória continue sendo um clube do povo?

Marcone Amaral: Eu acho que a SAF não afasta o torcedor. Ela traz o torcedor para dentro do clube, principalmente por ser um movimento de investimento que torna o clube mais competitivo e, com isso, atrai muito mais torcedores e novas gerações de torcedores. Acho que qualquer clube tem no seu maior patrimônio a sua torcida, e isso não muda de forma nenhuma com a SAF.

Você, como deputado que luta pelas pautas esportivas, especialmente pelo futebol, como pretende garantir que esse processo de crescimento do Vitória e do Bahia também beneficie as equipes do interior?

Marcone Amaral: Bom, aqui na Assembleia Legislativa faço um trabalho muito forte no fortalecimento do esporte. Faço parte da Comissão de Infraestrutura, Turismo e Desenvolvimento Econômico e participo de várias pautas referentes a diferentes temas, mas, lógico, o esporte é a minha vida, é onde tenho muita propriedade para colocar pontos de avanço para a sociedade. Eu acho que, quanto mais se fortalecem times como Bahia e Vitória, que são os dois principais da Bahia, mais esse fortalecimento beneficia os times do interior, tanto no futebol profissional quanto no engajamento, na torcida e no envolvimento da sociedade com equipes que disputam títulos em competições importantes. Por isso, sou muito a favor do fortalecimento do futebol através de investimentos.

Como foi, para você, sair de uma cidade do interior como Itajuípe, se tornar ídolo do Vitória, jogar na Europa, ser convocado para defender a seleção do Catar e, depois, ainda virar prefeito da terra em que viveu desde os 2 anos? Como você avalia essa trajetória tão diferente da maioria dos brasileiros?

Marcone Amaral: Bom, eu sou muito abençoado por Deus por ter tido uma trajetória tão importante e um crescimento pessoal tão grande. Saí de casa com 14 anos e vim para o Vitória. Fui projetado para o mundo através do clube, estive na Europa, retornei ao Brasil, depois fui para o Catar, onde joguei por 11 anos. Fui naturalizado, acolhido pelo povo catariano e tenho muito orgulho daquele país maravilhoso. Retornei ao Brasil e entrei na política com o intuito de ajudar as pessoas da minha querida Itajuípe. Fui eleito em 2016, fizemos um trabalho importante de reformulação da política e da estrutura da cidade, ajudamos muitas pessoas, fui reeleito e acabei renunciando para ser candidato a deputado estadual. Fiquei na suplência e agora, Deus me deu mais essa oportunidade de estar como deputado desde o começo do ano, colaborando com vários municípios com os quais tenho identidade e conhecimento, principalmente nas pautas municipalistas, que transformam a vida das pessoas para melhor. Só tenho a agradecer a Deus por todas essas oportunidades.

Você sente saudade dos gramados? Se sim, o que mais faz falta da rotina como jogador?

Marcone Amaral: Sinto muita falta dos campos. É lógico que encerrei minha carreira com 37 anos no Catar, no Al-Shamal, o time pelo qual cheguei ao país e quis encerrar minha trajetória. Parei porque o meu corpo não permitia mais jogar futebol — tenho sete cirurgias e sofro com dores até hoje. Jogar bola foi uma das maiores bênçãos que Deus me deu na vida. Sou apaixonado por futebol e, hoje, o que mais sinto falta são das amizades, da interação, das pessoas, dos amigos que deixamos no futebol e do respeito que temos por esse esporte maravilhoso que movimenta o planeta inteiro. Eu amo futebol.

Na sua opinião, o que ainda falta para o Vitória voltar a brigar entre os grandes do futebol brasileiro? Você acha que a questão é apenas financeira ou ainda existem problemas estruturais dentro do clube?

Marcone Amaral: Olha, o Vitória já percebeu que é necessário ter investimentos maciços para disputar competições importantes, sejam estaduais, regionais, nacionais ou internacionais. Eu acredito que, não só o Vitória, mas qualquer clube do Brasil já entendeu que a questão financeira faz uma diferença imensa na disputa por títulos. Sem sombra de dúvidas, esse é o caminho. Espero que o nosso querido Vitória se fortaleça no futuro, mas esse é o caminho de qualquer clube brasileiro que queira ser competitivo.

Como é se tornar um ídolo em outro país?

Marcone Amaral: Eu tenho uma gratidão e um carinho muito grandes pelo Catar. Fui o primeiro brasileiro a ser naturalizado e a receber a cidadania catariana. Me sinto filho do país. Estou alguns anos distante por conta do meu trabalho político no Brasil, mas constantemente retorno ao Catar para rever amigos e pessoas que foram tão importantes para mim, por gratidão e respeito. É um país maravilhoso, que jamais sairá da minha mente e que, sempre que puder, espero fortalecer os laços entre os dois países que amo: o Catar e o Brasil.

Como você avalia sua relação com o presidente Fábio Mota?

Marcone Amaral: Minha relação com o presidente Fábio Mota é muito boa. Na última reunião, nos entendemos muito bem em relação aos objetivos do clube, que é o mais importante. Tanto Fábio quanto a diretoria entendem que é necessário se fortalecer para o futuro do Vitória. Com fé em Deus, esse trabalho vai se intensificar cada vez mais a partir de agora. Eu, como ex-atleta e cria do Barradão, me coloquei totalmente à disposição e tenho certeza de que toda ajuda é importante para que o Vitória se fortaleça. Estou muito feliz por estar pensando e trabalhando para que o Vitória seja um clube ainda maior.

Você foi um dos articuladores da criação da Bancada do Cacau na Assembleia Legislativa. Qual a importância dessa frente para o fortalecimento do sul da Bahia e que pautas prioritárias vocês pretendem defender juntos?

Marcone Amaral: Hoje, na Assembleia Legislativa, acredito que temos poucos representantes da região Litoral Sul, predominantemente a região do cacau. É necessário ter mais representantes para uma área tão importante para a Bahia. Discutimos várias pautas e, no momento, uma das que tem maior ênfase e importância é a construção do Porto Sul, em Ilhéus. Temos também a Fiol, ferrovia leste-oeste, ligando o leste do país a Ilhéus, e estamos mobilizados para que as obras paralisadas retornem o mais rápido possível. Estamos muito engajados, pois é um grande vetor de desenvolvimento para a região e já existe uma grande expectativa econômica para a viabilização do projeto. Apesar da pouca representatividade em número de deputados na região sul, existem parlamentares comprometidos em fazer o melhor pelo povo.

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