Pioneiro em assumir a homossexualidade entre presidentes de clubes brasileiros, Emerson Ferretti, que comanda a associação do Bahia, deu ideia sobre as dificuldades que passou na vida antes de tornar pública sua orientação sexual. Ex-goleiro e também ídolo do Esquadrão, ele contou detalhes em entrevista à TVE.
Mesmo tendo se descoberto cedo, Ferretti explicou que levou anos embaixo dos panos devido ao forte preconceito no mundo do futebol, afim de tentar preservar sua imagem e escapar de polêmicas. O presida precisou até inventar um noivado para evitar qualquer tipo de dúvida.
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"O processo todo foi muito solitário, desde a adolescência, quando comecei a perceber e entender a minha sexualidade, sem poder falar com ninguém. Nem com a família, nem com os amigos, e muito menos dentro do futebol. Foi realmente muito solitário", revelou Emerson.
De acordo com ele, esconder a homossexualidade fez sua carreira ser duradoura. "Precisei esconder esse fato durante minha carreira toda, pra me preservar, preservar minha carreira, para sobreviver no meio do futebol. Consegui isso, tanto é que joguei até onde achei que deveria, aos 35 anos", completou.
Emerson explicou que a ideia de mentir sobre um relacionamento hétero veio devido à pressão social, praticamente uma cobrança por "uma figura feminina" próxima dele.
"Era um discurso que às vezes era necessário porque existia uma cobrança social muito grande em relação a namoro, casamento, a uma presença feminina do lado. Infelizmente tínhamos que usar esse discurso, era uma das formar que tínhamos para nos protegermos", concluiu.
Nos dias atuais, Emerson Ferretti namora o bailarino e jornalista Jordan Dafner. No último domingo (11), o casal esteve na torcida do Bahia durante o Clássico Ba-Vi. O registro foi postado por Dafner nas redes sociais.