
O diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Júlio Avellar, e Eduardo Gussem, oficial de Integridade da entidade, foram ouvidos pela CPI da Manipulação do Futebol no Senado, nesta segunda-feira (29). Avellar revela que medidas preventivas foram tomadas desde sua chegada.
"A partir da minha entrada, em abril de 2022, a gente começa a tomar uma série de medidas no combate a manipulação de resultados", explicou Avellar, relatando 264 partidas suspeitas entre 2022 e 2024.
Dos jogos citados, apenas 31 aconteceram sobre o olhar da Confederação. As demais partidas aconteceram em campeonatos estaduais, tanto da base, quanto do profissional e também do futebol feminino.
"Após a renovação do contrato com a Sportradar, passamos de 1.224 partidas monitoradas para 5.226, partidas em 2024", continuou o diretor. A Sportradar é uma empresa líder global em tecnologia esportiva.
Veja também:
Ronaldo confirma que vai 'passar ponto' do Cruzeiro: "Dever cumprido"
Entretanto, Avellar não deixou claro se todas essas partidas tiveram o resultado final manipulado ou se as interferências aconteceram em intercorrências durante os jogos, como cartões amarelos, faltas e laterais.
Todos os casos identificados pela CBF foram encaminhados à órgãos de investigação, como a Polícia Federal, o Ministério Público, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) e para comissão de ética da confederação.
Gussem, por sua vez, destacou que apesar das rígidas regras contra manipulação de jogos, é preciso aderir à Convenção de Manipulação de Competições Esportivas (Convenção de Macolin) - uma ferramenta precisa de detecção, investigação e processamento de partidas esportivas.
"É muito importante aderir a convenção de Macolin que cria critérios efetivos para coibir práticas de manipulação de jogos", pontuou.
Próximos depoimentos
13 de maio: Glauber do Amaral Cunha, ex-árbitro de futebol
14 de maio: José Francisco Manssur, ex-assessor especial do Ministério da Fazenda
16 de maio: Wilson Luiz Seneme, Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, e Hélio Santos Menezes Junior, Diretor de Governança e Conformidade da CBF
22 de maio: Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e Julio Casares, presidente do São Paulo (convidados)