Com a saída de Renato Paiva, o Bahia buscou um novo técnico para substituí-lo. O nome escolhido foi Rogério Ceni, que, como muitos, iria dividir opiniões na imprensa e torcida.
Com pouco mais de seis anos de carreira, Ceni já conquistou títulos importantes, mas também teve seus problemas nas equipes em que trabalhou. O ex-goleiro é conhecido por ser um comandante rígido e trabalhador.
A reportagem do MASSA! separou grandes momentos dele como treinador, mas também situações polêmicas em que já se envolveu. O ônus e o bônus do 'pacote Ceni'.
Mudança de patamar no Fortaleza
Após um começo de carreira apagado no São Paulo, Rogério Ceni despontou como técnico do Fortaleza. Ele assumiu o clube na temporada 2018 e foi campeão da Série B, levando o Leão de volta à elite após 13 anos.
Em 2019, comandou o time cearense em sua primeira conquista de Copa do Nordeste e terminou o Brasileirão na 9ª colocação, algo jamais alcançado pelo Bahia em pontos corridos, conseguindo uma inédita vaga para a Copa Sul-Americana.
Chegada 'salva' ano do Flamengo
Após deixar o Fortaleza em 2020, Ceni assumiu o Flamengo para substituir Domenec Torrent. O ex-goleiro comandou o Rubro-Negro rumo ao título do Campeonato Brasileiro, sendo até então a última conquista do clube na Série A.
Mantido para 2021, Rogério ainda venceu os títulos do Campeonato Carioca e Supercopa do Brasil, mas acabou não terminando a temporada no Mengão, que viria a passar em branco na temporada após sua saída.
Fritado no Cruzeiro
Antes de sua passagem pelo Flamengo, Rogério Ceni abandonou seu trabalho no Fortaleza e chegou no Cruzeiro para tentar uma difícil permanência na Primeira Divisão, mas a experiência não durou muito.
No entanto, a enorme crise interna vivida pelo clube mineiro na época não era fácil de lidar. Ceni chegou na Toca da Raposa tentando promover grandes mudanças de mentalidade e na escalação, o que não foi bem aceito pelo já vencedor elenco.
Em entrevista ao canal Pilhado, o meia Thiago Neves contou que o técnico chegou no Cruzeiro "se achando demais". O ex-goleiro logo perdeu a confiança dos jogadores por querer tirar medalhões da equipe titular, gerando problemas no vestiário.
Após menos de dois meses e alguns problemas internos, principalmente pelo seu método rígido de trabalho e cobranças, foi demitido do Cruzeiro e pouco ajudou o time com resultados. No entanto, o clube mineiro não melhoraria após sua saída e amargaria o rebaixamento, além de três anos longe da Série A.
Áudio polêmico de funcionário do Flamengo
Em sua passagem pelo Flamengo, também ficou marcado por problemas internos e de vestiário. Exigente por onde passou, Rogério cobrava muito o elenco rubro-negro e chegou a criticar o atacante Pedro publicamente. O comentário negativo veio após o jogador se irritar ao ser substituído num jogo pela Copa do Brasil.
No entanto, o fundo do poço veio após o vazamento de um áudio de um ex-funcionário do clube. Roberto Drumond, então analista de scout, chamou Ceni de "mau-caráter" e afirmou que o técnico vivia criticando os departamentos do Mengão, além de ser "arrogante" e não permitir participação dos analistas nas contratações de reforços.
Drumond foi demitido depois da divulgação do áudio, mas o próprio Rogério também não resistiria ao clima ruim no Fla, sendo demitido apenas um dia depois do funcionário.
Caso Marcos no São Paulo
Entre algumas polêmicas vividas em suas duas passagens pelo São Paulo, destaca-se o caso do meia Marcos Paulo. Pouco utilizado pelo técnico em 2023, o jogador fez uma postagem polêmica nas redes sociais. Ele publicou uma foto com a frase "hipocrisia e simpatia é uma junção venenosa", além de curtir comentários críticos ao treinador.
Em resposta a atitude de Marcos Paulo, Ceni fez questão de cobrá-lo na frente dos outros jogadores. A ação do ex-goleiro gerou incômodo do elenco, com boa parte dos atletas ficando do lado do meia na situação. Rogério chegou a criticar o jovem atleta publicamente, afirmando que ele recebia menos chance porque treinava "em baixa intensidade".
Pouco mais de um mês depois, Rogério Ceni foi demitido do clube paulista com duas finais perdidas e uma campanha mediana no Brasileirão. No entanto, mesmo após a saída do técnico, Marcos Paulo jamais emabalou com a camisa do Tricolor paulista.