
Conhecido pela sua liderança, seriedade e inteligência desde o tempo como goleiro, o técnico do Bahia, Rogério Ceni, tem aproveitado as entrevistas para falar o que pensa, sem arrodeios, na atual temporada. Especialmente nas últimas rodadas, o professor tricolor não tem deixado passar nada nas coletivas e tem disparado para todos os lados.
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Na entrevista depois da derrota para o Botafogo, na última quarta-feira (1º), o técnico soltou uma alfinetada para o clube carioca, inclusive para o público modesto presente no estádio Nilton Santos.
"Hoje o jogo foi praticamente campo neutro. Não consigo te explicar por que o comportamento é tão diferente. Pouco público, um estádio bom, com boas condições de jogo. Mas não conseguimos. Sei que houve um desgaste físico muito grande para competir com o Palmeiras, fizemos trocas por isso, mas na parte física não conseguimos igualar o jogo", disparou Ceni.
Relembre outras declarações ousadas
Durante o ano de 2025, Rogério chegou a criticar arbitragem, alfinetou colegas de profissão, jogador do elenco do Bahia e muitas outras coisas. Confira tudo abaixo:
Sobrou até para Abel Ferreira
A semana parece ter sido apenas de entrevistas cheias de ânimo por parte de Rogério Ceni. No domingo (28), depois de ter vencido o Palmeiras, por 1 a 0, com gol de Ademir, o técnico do Esquadrão não segurou a vontade de alfinetar Abel Ferreira, treinador do Verdão, sobre a qualidade da grama da Arena Fonte Nova.
"Acho que a cor (do gramado) estava muito feia. Para o Palmeiras, é melhor gramado ruim porque só fazem ligação direta, quase. A característica de jogo deles é Weverton-Flaco-Vitor Roque. A gente se prejudica mais porque joga desde trás no chão. Também gostaríamos que o gramado tivesse em melhor condição, mas acho que atrapalhou mais para nós. Sobre lesão, me desculpa, mas para quem joga em gramado sintético reclamar de lesão em gramado natural, aí fica feio. Não é o ideal? Concordo. Mas lesão muscular na conta do gramado é demais", disse Ceni, em entrevista coletiva.
Ficou na bronca com a arbitragem e a CBF
Lá em maio, o ex-goleiro ficou na bronca com a marcação de um pênalti duvidoso para o Grêmio, que garantiu a vitória da equipe gaúcha por 1 a 0. Na ocasião, Ceni chegou a tratar a situação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como uma "bagunça".
"A gente não sabe mais nada da CBF, quem está, quem é eleito, quem não é, está uma bagunça grande. Solicitamos uma mudança de jogo contra o São Paulo pela parte fisiológica e não atenderam a gente para dar prioridade à grade de programação da TV. Chegou em um ponto que não tem mais para onde recorrer", afirmou.
Além disso, Rogério chegou a levantar a hipótese do erro, no entendimento dele, não seria até "outra coisa". "O erro do árbitro é dar o pênalti, depois que ele vai ao VAR já não é mais erro. Aí é outra coisa que eu não sei dizer o que é, mas deixa de ser um erro. Quando ele vê a imagem, volta lá e dá o pênalti, me parece outra coisa", iniciou Ceni.
"Não adianta pressionar os árbitros dentro de campo, é difícil apitar, mas quando para o jogo e tem oportunidade de corrigir um erro que cometeu, vai ao VAR, olha, volta e mantém a decisão, isso deixa de ser um erro. Aí é uma coisa bem mais grave", acrescentou.
Não gostou da pergunta do repórter
Depois de ter perdido para o Cruzeiro, por 3 a 0, na 4ª rodada do Brasileirão e ainda não havia vencido na competição, Ceni não gostou muito da pergunta em que o repórter sinalizou uma possível demora na hora de substituir.
“Saiu o gol e acabou o primeiro tempo. Além da troca do goleiro no primeiro, tiveram as trocas no intervalo. As trocas ajudaram o time, já tinha queimado uma parada com o goleiro. Era chegar para o intervalo com 0 a 0, uma pena por segundos não conseguimos levar mesmo jogando muito mal o primeiro tempo. No segundo, as trocas foram feitas, não estou entendendo onde está a demora, três das trocas foram feitas no intervalo do jogo”, disse o treinador.
Ainda não satisfeito com a resposta calorosa, o treinador, campeão Baiano e do Nordeste com o Bahia em 2025, questionou até o método de trabalho do profissional. “Você escreveu a pergunta antes, veio para a coletiva só pra... talvez tenha que pensar, elaborar um pouco mais quando for fazer uma pergunta, não só escrever no celular”.
Ficou na bronca com Gilberto
Depois de ter vencido o Ceará, por 1 a 0, fora de casa, na 5ª rodada da Série A, Rogério fazia a análise de alguns comportamentos táticos do Bahia no duelo, quando de repente sobrou uma alfinetada para o lateral-direito do Esquadrão: Gilberto.
"Saímos bem, jogando bem de trás. Conseguimos chegar no último terço, ainda com dificuldades para fazer gols. Acho que é mais ou menos isso. Nos desorganizamos um pouco no primeiro tempo. [...] Acontece durante o jogo, principalmente quando Gilberto fica longe de mim, ai acontece mais, porque daí ele faz de conta que não me escuta e se manda para frente", disparou.