A albanesa Mercedes se pronunciou pela primeira vez desde o dia em que foi vítima de um estupro coletivo cometido pelo ex-jogador Robinho e seus cinco amigos. O crime ocorreu na madrugada de 22 de janeiro de 2013, em uma boate de Milão, na Itália.
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Em depoimentos realizado para a série documental “Caso Robinho”, produzida pelo Globoplay, que estreia nesta quarta-feira (30), Mercedes relembrou que durante o estupro ela “não tinha forças para reagir”. Naquela noite, a vítima havia saído de casa com duas amigas para comemorar o seu aniversário de 23 anos.
De acordo com Mercedes, atualmente com 34 anos, ela tem vagas lembranças do momento em que estava ela, Robinho e um amigo do ex-jogador no camarim onde ocorreu o estupro coletivo. A vítima relembrou que a sensação era como se tivesse sido dopada.
“Depois, eu tenho uma lembrança vaga que tinha mais uma pessoa. Não me lembro o que estava acontecendo efetivamente. É como se fossem duas pessoas. Como se a Mercedes estivesse vendo aquela cena. Lembro de ver tudo muito nebuloso, muito fosco. Não era eu. Não tinha força pra reagir, me mover. Tanto é verdade que, quando me levaram pra fora, me pegaram e me acompanharam porque eu não conseguia nem caminhar. Se eu tivesse consciência, obviamente teria parado com tudo”, detalhou Mercedes.
Mercedes, que observa o tempo como “o melhor remédio”, afirmou que o passar da vida a ajudou a lidar com o trauma de tantos anos. Ainda na série documental, a vítima contou que já conhecia alguns colegas de Robinho. Na época, o ex-jogador atuava pelo Milan.
“Como eles vinham todo ano para a Itália, decidimos que para nos reencontrarmos nós iríamos pra lá (Sio Café)”, contou ela. Durante a série documental, Mercedes mostra o rosto e não autorizou a publicação do seu sobrenome.
A noite do crime
Na noite de 22 de janeiro de 2013, Robinho havia marcado de comemorar o aniversário de um amigo com outras pessoas, alguns também denunciados por estupro. Quando o ex-jogador e os colegas chegaram no ambiente, Mercedes e suas amigas os cumprimentaram, mas não ficaram juntos, porque a esposa do ex-atleta também estava na boate.
Conforme relembrado por Mercedes, ela dançou com um amigo de Robinho, que conhecia melhor, quando uma de suas amigas chegou informando que precisava ir embora para acompanhar a segunda amiga. Em determinado momento, a vítima relatou que saiu da boate para “respirar” quando um dos amigos do ex-jogador tentou beijá-la.
Em seguida, quando percebeu, ela já estava no camarim onde aconteceu o estupro coletivo. Mercedes relembrou que continuou chorando quando outro amigo de Robinho a colocou no carro dele. Naquele momento, ela chegou a tentar pegar um celular para escrever uma mensagem para uma amiga, mas saiu incompleta.
Além disso, Mercedes relembrou que no dia seguinte recebeu uma mensagem de um dos amigos de Robinho, que dizia estar preocupado, mas ela recusou.