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Psicologia do Esporte - 18/01/2024, 20:37 - Santiago Oliveira - Atualizado em 19/01/2024, 09:22

Caso Diego Rosa: psicólogo fornece orientações em casos parecidos

Psicólogo Jorge Santana pontua condução durante o fato, trabalhos no dia a dia e futuro do cuidado psicológico no futebol

Diego Rosa, meio-campista do Bahia
Diego Rosa, meio-campista do Bahia |  Foto: Tiago Caldas / EC Bahia

A exposição da insatisfação do meio-campista Diego Rosa, por meio do Instagram, assustou o entorno do jogador e do Bahia. Por isso, o Portal Massa! bateu um papo sobre o assunto com o psicólogo Jorge Santana, pós-graduando em Psicologia do Esporte e coordenador do Grupo de Psicologia do Esporte, Exercício Físico e Lazer da Bahia.

Após sair vaiado pela torcida, o jogador de 21 anos anunciou, em seu perfil do Instagram, que a partida da noite de quarta-feira (17), contra o Jequié, na Arena Fonte Nova, seria a última como jogador de futebol. A ação do atleta comoveu os torcedores do Tricolor e o clube, que emitiu nota ressaltando atendimento médico ao jovem.

Jorge Santana destacou, que para casos parecidos, existe a necessidade de afastar o jogador de tudo que possa aumentar a situação estressora. "Se indica que esse atleta possa ser resguardado, porque publicar coisas em redes sociais, ir à mídia, se expor, falar, pode gerar uma proporção ainda maior ao fato que possa gerar um desgaste ainda maior ao atleta, como agora a gente está vendo os portais de notícia repercutirem, então, esse preservar o atleta é o primeiro passo, não dá para impedir mais de fazer, mas aconselhar, orientar, buscar esse direcionamento", explicou o psicólogo esportivo, que sinalizou como segunda ação a presença de um profissional da saúde capaz de diminuir o sofrimento.

Jorge Santana, psicólogo, e atuante em atendimento clínico
Jorge Santana, psicólogo, e atuante em atendimento clínico | Foto: Reprodução / Arquivo pessoal

Questionado sobre quais os procedimentos realizados no dia a dia por profissionais que lidam com atletas de alto rendimento e grande exposição, o psicólogo apresentou dinâmicas e métodos que podem ser trabalhados, mas salientou que há distintas metodologias.

"A Terapia Cognitivo-Comportamental, é uma abordagem da psicologia e através dela nós podemos trabalhar o processo que é chamado de regulação emocional, que é uma forma como um atleta, ele lida com essas emoções, e aí ele tem o treinamento de habilidade justamente pra reconhecer essas emoções, entender como elas impactam no pensamento dele, o que ele pensa acerca do fato que aconteceu, e trabalhando isso a gente justamente chega no comportamento, porque a TCC acredita que as emoções, os pensamentos vão interferir diretamente no comportamento, se um atleta ele lida mal com as suas emoções, ele tende a ter posturas e comportamentos mais explosivos. Se um atleta ele consegue lidar melhor, mesmo que seja afetado negativamente por aquele comportamento da torcida, ele vai compreender que é uma forma de expressão e que, apesar disso, o fato dele ter sido vaiado, não significa que ele não é um bom jogador de futebol, mas sim que ele está atravessando uma fase que talvez não seja tão boa", disse Jorge Santana.

O especialista ainda ressaltou a importância de dinâmicas com atletas mais experientes, visando passar acontecimentos e como cada um reage a determinada situação.

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Quanto a aceitação de jovens atletas ao tratamento psicológico, o psicólogo pontuou que resistências podem existir, mas que a expectativa é que o contato dos jogadores cada vez mais cedo com profissionais da área possa facilitar o trabalho e melhorar a mentalidade dos atletas em médio e longo prazo.

"A gente vê uma mudança de cenário e justamente esses atletas mais novos, tendo esse contato com profissionais desde muito cedo, estão ali já no sub-13, sub-15, sub-17, esses atletas, principalmente em clubes formadores, já tem, que são os clubes certificados como clubes formadores, já tem esse acesso e esse contato com profissionais da psicologia. Então isso vai familiarizando e facilitando, rompendo barreiras, rompendo estigmas e assim a nossa expectativa, a nossa esperança, é que tenhamos daqui a uma geração de atletas que tenham uma baixíssima barreira com relação ao acesso a cuidados psicológicos", finalizou Jorge Santana.

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