Agora ex-técnico do Bahia, Renato Paiva se posicionou pela primeira vez sobre seu pedido de demissão no clube. Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira (7), o português alega deixar o Tricolor com "certa mágoa".
Paiva descreveu a torcida do Bahia como "gigante e acalorada", mas que "passa do ponto" em algumas cobranças. Ele também voltou a repetir um velho discurso sobre a dificuldade para acertar o time devido a grande reformulação feita no elenco tricolor.
Segundo o ge.globo, o treinador ficou magoado ao ser hostilizado por torcedores e ver uma montagem com sua foto usando orelhas de burro nas redes sociais. O profissional ainda se incomodou com o desgaste com alguns integrantes da imprensa.
Renato Paiva deixa o Esquadrão após 49 jogos, com 19 triunfos, 15 empates e 15 derrotas – aproveitamento de 48,98%. Campeão baiano em 2023, o técnico não conseguiu evitar a queda do time na primeira fase da Copa do Nordeste, quando o Tricolor teve sua pior campanha na história do regional.
Chegou até as quartas de final da Copa do Brasil, quando foi eliminado nos pênaltis para o Grêmio. Na Série A, deixou a equipe na 16ª posição, apenas uma acima da zona de rebaixamento.
Mesmo com as oscilações do Bahia em toda a temporada, com frequentes vaias e protestos da torcida em razão da falta de resultados, a diretoria do Esquadrão ainda tinha confiança no trabalho do treinador.
A reapresentação do Bahia está marcada para a tarde desta quinta-feira (7). Rogério Ferreira, técnico do sub-20, comanda os treinamentos.
Leia a nota divulgada por Renato Paiva:
Apesar de a diretoria da SAF do Bahia e os capitães da equipe, Kanu e Thaciano, terem se posicionado contra sua decisão, o técnico Renato Paiva pediu demissão na noite desta quarta-feira(06/09) e não comanda mais o Esquadrão. Na sua passagem, conquistou o título baiano deste ano e levou o time às quartas de final da Copa do Brasil, o que não acontecia desde 2019. Deixa o clube na 16ª colocação do Campeonato Brasileiro e leva consigo boas histórias, alegrias, mas também uma certa mágoa.
“O Bahia é um clube apaixonante, de uma torcida gigante e acalorada. Mas que também passa do ponto como qualquer outra. No futebol, somos passíveis a elogios e a críticas, o que é normal, faz parte do jogo. O que não admito é faltar com o respeito com o ser humano. Infelizmente, tivemos que montar o elenco com as competições em andamento, mais de 20 reforços chegaram durante a temporada, e não é do dia para o outro que um grande time se forma. É preciso tempo. Mas o que levarei daqui são os momentos felizes que vivi diariamente com um grupo de jogadores fantástico, que sempre me apoiou e esteve ao meu lado. Serei mais um torcedor deles. Agradeço pela oportunidade que o Grupo City me deu de comandar uma das camisas mais pesadas do futebol brasileiro”.
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