O ex-jogador de futebol Robinho foi preso nesta quinta-feira (21) em Santos, no litoral paulista, em cumprimento a um mandado de prisão expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão homologa a sentença da Justiça italiana, que condenou Robinho a 9 anos de prisão por estupro em grupo, crime cometido em 2013, em Milão.
O crime aconteceu na boate Sio Café, em Milão, na madrugada de 22 de janeiro de 2013, há 11 anos e dois meses. Segundo a investigação, Robinho e mais cinco brasileiros teriam participado do estupro de uma mulher albanesa que, na época, comemorava seu aniversário de 23 anos.
Robinho admitiu ter mantido relação sexual com a vítima, mas negou as acusações de violência sexual.
O processo contra Robinho na Itália iniciou em 2016 e teve a sentença de primeiro grau proferida em 23 de novembro de 2017, condenando o jogador a 9 anos de prisão. Em dezembro de 2020, a corte de Apelação de Milão, segunda instância da justiça italiana, confirmou a condenação. A defesa de Robinho recorreu à Corte de Cassação, a terceira e última instância italiana, mas teve o recurso rejeitado em janeiro de 2022.
Extradição negada e homologação da pena no Brasil
Após a condenação definitiva na Itália, o Ministério da Justiça italiano enviou pedido de extradição de Robinho ao Governo brasileiro, que foi negado em dezembro de 2022. O país não extradita seus cidadãos natos.
Na sequência, a Itália acionou o STJ para que a sentença fosse homologada para surtir efeitos no Brasil. O pedido foi analisado pela Corte Especial do STJ na quarta-feira (20) e acolhido por maioria dos ministros.
Contratação pelo Santos e repercussão
Em outubro de 2020, Robinho foi anunciado pelo Santos, clube que o revelou para o futebol profissional. A contratação gerou grande repercussão negativa, com críticas de entidades de defesa dos direitos das mulheres, movimentos sociais e torcedores do próprio Santos.
Diante da pressão, o Peixe rescindiu o contrato com Robinho apenas 10 dias após o anúncio. A decisão foi tomada após a divulgação de trechos de conversas interceptadas pela polícia italiana, nas quais Robinho e amigos faziam pouco caso da vítima.
Prisão e cumprimento da pena
Com a homologação da sentença pelo STJ, Robinho foi preso preventivamente. Ele deverá cumprir a pena de 9 anos de prisão em regime fechado no Brasil.