
A baiana Dani Sousa é cria da cidade de Rio de Contas, no coração da Chapada Diamantina, e cresceu jogando bola descalça na rua, como muita gente no interior da Bahia. Inspirada pelo tio, ex-jogador profissional, ela descobriu no futsal a chance de mudar de vida.
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Aos poucos, a brincadeira de rua virou carreira. Dani deixou a Bahia rumo a São Paulo e, mais tarde, ganhou o mundo. Hoje, é uma das pivôs mais respeitadas do futsal europeu. A sua trajetória carrega muito suor, estudo e coragem. Na capital paulista, conciliou o início no futsal com a faculdade de Educação Física. Depois, mergulhou também na Fisioterapia.

“Conhecer meu corpo, saber como prevenir lesões e melhorar minha performance me deu segurança e longevidade na carreira. Além disso, posso ajudar minhas colegas, orientando cuidados físicos e de recuperação”, explicou a atleta e fisioterapeuta em entrevista exclusiva ao MASSA!.
Vascaína de coração, Dani já acumulava títulos pelo Brasil antes mesmo de atravessar o oceano: campeã mineira, campeã baiana e vice da Taça Brasil. O talento chamou atenção na Europa, e em 2018 ela desembarcou na Espanha para viver um novo capítulo.
Adaptação com coragem
Chegar em outro país não foi fácil. Novo idioma, nova cultura e uma rotina profissional exigente, mas Dani nunca fugiu de desafios. “Sempre gostei de me jogar. Eu não sabia nada de espanhol, cheguei com a cara e a coragem. No começo, sofria para entender os treinos. Aos poucos, fui pegando. Hoje, estou totalmente adaptada”, indicou.
No Poio Pescamar FSF, se tornou a maior goleadora da história do clube com 89 gols e capitã do time. Depois, seguiu para o FSF Castro, onde continua escrevendo sua história no futsal espanhol.

Seleção Brasileira e rotina real
Em janeiro de 2024, veio o reconhecimento máximo: a convocação para a Seleção Brasileira de Futsal Feminino. A pivô faz parte da preparação para a Copa do Mundo da modalidade e leva consigo as cores da Bahia.
Mas, mesmo vivendo um sonho, Dani mantém os pés no chão. Além dos treinos e jogos, ela já pensa no futuro após a carreira nas quadras, e o foco está na fisioterapia. “Eu quero trabalhar ajudando pessoas na UTI, na recuperação. O esporte me trouxe até aqui, mas também me ensinou a construir caminhos para o amanhã”, projetou a jovem.

Gente como a gente
Entre treinos, Dani vive uma rotina que mistura conquistas e desafios diários. Não tem glamour constante, mas tem força, resiliência e amor pelo que faz. “Sou nordestina, sou baiana. Tudo o que conquistei foi com muito esforço. E quero que outras meninas saibam que é possível também”, destacou.
“Se sonha em viver do esporte, saiba que é um caminho difícil e que muitas questões ordem acabar com seu sonho. Então sempre tenha o estudo como um porto seguro”, completou a jogadora de futsal.
Nunca deixe os estudos de lado.
Dani Sousa
Este é o recado que Dani deixa para todas as meninas, pricipalmente as nordestinas, que sonham em viver do esporte. Se há algum tempo faltavam referências femininas para as novas gerações, por conta da pouca visibilidade das modalidades, hoje a baiana caminha a passos largos para se colocar neste posto.