
Jogadores do Bahia e do Vitória farão um convite especial aos torcedores que assistirem ao segundo jogo da final do Campeonato Baiano, neste domingo (23), no Barradão. Minutos antes do início do Ba-Vi, eles exibirão uma faixa com a frase “Lute pelo fim da violência contra as mulheres”.
Também será divulgado um vídeo da campanha desenvolvida pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA). O objetivo é engajar a torcida na luta.
No Brasil, uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que, no dia em que o time da cidade joga, o número de ameaças contra mulheres aumenta 23,7% e o número de lesão corporal dolosa no contexto de violência doméstica cresce 20,8% em relação a dias sem jogo.

A pesquisa realizada em 2022 considerou os jogos do Brasileiro entre 2015 e 2018 e crimes sofridos por mulheres em seis Estados nesse período - Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pará, Bahia e Minas Gerais. “O ‘Luto por Elas’ propõe a ampliação da conscientização sobre a violência doméstica e o feminicídio. Ele visa engajar homens como agentes de mudança do cenário de violência contra as mulheres e na luta pela igualdade e respeito a elas”, destacou a promotora de Justiça Sara Gama, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica do Ministério Público do Estado da Bahia (Nevid).
A campanha chegou ao Campeonato Baiano apoiada pela Federação Bahiana de Futebol (FBF), pelos times do Bahia, Vitória e do interior, bem como pelo Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), por meio da Rádio Educadora e da TVE. Ela está sendo realizada em todos os jogos do Baianão desde o dia 1º de fevereiro e contou com faixas e vídeos de jogadores e técnicos de futebol sendo apresentados em telões e redes sociais.
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Outro alerta feito pela organização britânica ‘Women's Aid’ esclarece que o futebol por si só não prova a violência doméstica, mas o aumento do consumo de álcool e altos níveis de emoção associados a grandes partidas de futebol podem aumentar a gravidade e a frequência de situações de violência doméstica existentes.
Segundo relatório de feminicídio 2023, da ONU Mulheres, 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente naquele ano. Desse total, 60% dos feminicídios foram cometidos por parceiro íntimo ou outro membro da família. Isso equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias, sendo uma delas assassinada a cada 10 minutos. Dados da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) apontam que houve aumento de 27,33% no número de denúncias de violência doméstica contra a mulher na Bahia, entre janeiro e julho de 2024, na comparação com 2023. São 27 vítimas por dia, ou uma a cada hora.
Entre os meses de janeiro e novembro de 2024, o MP-BA registrou 18.689 procedimentos investigatórios de casos de violência contra as mulheres e o Nevid solicitou 825 medidas protetivas de urgência para mulheres ameaçadas em Salvador.