Na estreia do Nordestão, o Bahia venceu um adversário complicado na Fonte Nova, o Sport. O Leão Pernambucano veio a Salvador disposto a começar o Regional com o pé direito e chegou a balançar as redes dos donos da casa – coisa que não acontecia com o Tricolor já havia três partidas.
No fim, o Esquadrão fez valer o apoio da massa vermelha, azul e branca – mais de 47 mil presentes – e conseguiu os três pontos. A grande curiosidade é que, mesmo recheado de reforços que chegaram nessa janela de transferências, um dos homens do jogo veio da base e tem apenas 16 anos: o garoto Roger Gabriel.
É bem verdade que o Bahia já dominava a partida e praticamente todas as ações ofensivas do jogo foram feitas pelo time baiano (35 finalizações), mas, perto do apito final, o empate teimava em permanecer no placar e o cenário parecia apontar que nada faria os visitantes deixarem escapar o bom resultado para eles.
Nesse momento, brilhou a estrela do jogador que, em meio a tantos atletas de maior bagagem, conseguiu uma jogada que exibiu todo o seu talento. Dos pés do jovem meia de apenas 16 anos veio a bola que deixou o atacante Rafael Ratão livre para marcar o gol do triunfo tricolor.
Estreia dupla
Assim como a partida do domingo marcou a estreia do Bahia nesta edição da Copa do Nordeste, marcou também o início da jornada de Roger Gabriel jogando com o time principal do Esquadrão. O jogador já havia participado de duas partidas nessa temporada – justamente as duas em que o Tricolor de Aço foi a campo com o ‘Time B’, pelo Baianão.
Nesses jogos, o Bahia passou longe de ser feliz, já que de seis pontos disputados conquistou apenas um. Quando o time principal entrou em ação, imaginou-se que poucos jogadores do sub-20 teriam oportunidade, sobretudo depois dos resultados aquém do esperado contra adversários menos tradicionais.
Foi isso o que achou inclusive Roger Gabriel, que pouco após a partida afirmou que achava que não seria relacionado no domingo. Felizmente para ele, o treinador Rogério Ceni tinha outros planos.
“Para mim, foi minha estreia no profissional. Eu não tinha muita esperança de entrar pela dificuldade do jogo e pelo resultado parcial, mas quando Rogério me chamou e me deu as instruções, a cabeça limpou e fui pensando em fazer o meu melhor para ajudar a equipe, como acabou acontecendo quando pude dar aquela assistência para o Rafael”, disse o atleta.
Uma verdade irrefutável do mundo da bola é que quando um jovem jogador quer se firmar no futebol, dá o seu máximo nas menores oportunidades, sobretudo contra adversários fortes, em partidas de grande visibilidade.
Pelo visto, foi respondendo ao coração do ‘Pivete de Aço’ que aos 50 minutos do segundo tempo, a bola achou o seu lugar no campo – e na história pessoal desse jogador. “Eu não tinha nem olhado o tempo do jogo, quando a bola chegou eu só pensei que era a oportunidade que eu tinha de fazer alguma coisa”, finalizou.
Elogios do professor
Rogério Ceni respondeu perguntas sobre o desempenho de Roger Gabriel em entrevista coletiva concedida no pós-jogo. Apesar de ter tecido elogios ao futebol mostrado pelo jogador, falou um pouco sobre a necessidade de maior concentração do jovem quando ele for entrar nas partidas.
“Ele tem potencial técnico, mas precisa ter mais concentração, e também é um garoto, o que é completamente aceitável. Quando ele treina comigo na função de 10, ele vai bem, mas eu quis colocar três atacantes e ele se atrapalhou um pouco nessa função, mas fez a jogada que resultou no gol. É legal poder ver um ou outro garoto sempre participando [...] Legal ver um jogador da base ter minutos”, disse o técnico.