
A realidade virtual (VR) vem se mostrando uma ferramenta potente quando o assunto é acessibilidade. A tecnologia, que já é aplicada em áreas como treinamentos, terapias e educação, agora ganha espaço como aliada da inclusão de pessoas com deficiência.
Leia Também:
Com ambientes imersivos e adaptáveis, a VR permite que experiências antes restritas, como assistir a um espetáculo, explorar trilhas ou participar de atividades educativas, se tornem acessíveis para mais gente.
A Cambuí Online, startup voltada para soluções em VR, aposta na tecnologia como uma via para promover inclusão de verdade, especialmente dentro da meta ODS 10 (Redução das Desigualdades).
“A tecnologia de realidade virtual proporciona inúmeros benefícios no quesito acessibilidade, e a Cambuí Online foca exatamente nestes pontos quando propõe a inclusão da tecnologia VR nos setores”, afirma Nathan Santos, representante da empresa.

Segundo ele, a ferramenta contribui para garantir mais autonomia aos usuários, reduz custos e elimina barreiras como deslocamento e limitações físicas de acesso a determinados espaços.
Entre os projetos em andamento, está o desenvolvimento de salas de cinema e teatro 100% virtuais e interativas, onde o público pode circular livremente e interagir com o ambiente, mesmo com mobilidade reduzida.
Tecnologia que alcança mais gente
Nathan destaca que cadeirantes, paraplégicos, tetraplégicos, pessoas com baixa visão e indivíduos no espectro autista estão entre os mais beneficiados com as soluções. A Cambuí também trabalha para adaptar os ambientes virtuais a pessoas com deficiência auditiva, com recursos como legendas e tradução em libras.
“A proposta de desenvolver um ambiente inclusivo foi nossa, e convidamos instituições especializadas para entender as necessidades das PCDs. Isso resultou em uma solução com grande potencial para ser aplicada na educação pública”, reforça Nathan.
Desafios e mentalidade
Mesmo com os avanços, ele reconhece que ainda há resistência — não técnica, mas de percepção.
“A realidade virtual ainda é vista como entretenimento. Por isso, temos feito um trabalho contínuo de conscientização para mostrar o potencial da VR como ferramenta de transformação nos setores públicos e privados.”
Para a startup, tecnologia com propósito é o caminho para garantir uma inclusão efetiva — e a realidade virtual pode ser uma das chaves para isso.