Consagrado como um dos mais famosos filmes brasileiros da história, 'O Auto da Compadecida' tem uma relação especial com o público nordestino. O ator baiano Luís Miranda, que está presente na continuação do longa, comentou sobre a importância da representatividade nos cinemas.
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O ator apontou que o sucesso do primeiro filme é uma prova do quanto é fundamental investir em um cinema de identidade. "É maravilhoso, até porque a gente tem brigado muito por esse cinema mais de identidade. A gente quer se identificar no cinema e o filme fala sobre identificação. É o nordestino que muitas vezes sofre preconceitos de várias regiões", comentou em entrevista exclusiva para o MASSA!.
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Quando personagens nordestinos são representados em grande produções, é comum que o público fique receoso quanto ao respeito com sua cultura. Luis explicou que o segredo para representar um grupo sem soar caricato é o respeito.
"Acho que o respeito é sempre fundamental. A gente tem falado muito disso, da identidade e do respeito com a identidade, acho que o que se tem aqui é isso", pontuou.
Além disso, o ator também comentou sobre o impacto que a dupla Chicó e João Grilo teve para o resto do país. O astro acredita que parte desse sucesso é o humor dos personagens, um traço extraído diretamente da obra de Ariano Suassuna, autor de O Auto da Compadecida.
"Acho que é a alma dos personagens, eles são dois grandes palhaços. Tem uma palhaçaria que é muito identificado na obra do Suassuna", afirmou
Assim como no seu antecessor, um dos focos de O Auto da Compadecida 2 é se manter ao texto original de Suassuna. A diretora Flávia Lacerda garantiu que se prendeu ao máximo a ideia do autor original.
"A gente não poderia fazer esse filme se estivéssemos traindo de alguma forma os preceitos básicos da obra do Ariano. O que a gente mais tentou é respeitar a origem do Auto da Compadecida, que é um texto teatral, com alguns preceitos clássicos".