A tão aguardada sequência de 'O Auto da Compadecida' está batendo na porta. A continuação chega aos cinemas no dia 25 de dezembro e marca o retorno da dupla mais icônica do cinema brasileiro: os amigos Chicó e João Grilo. O ator Matheus Nachtergaele, que interpreta João Grilo, comentou sobre o impacto que os dois personagens tiveram dentro da cultura brasileira.
"O Auto da Compadecida, o João Grilo, que eu faço, e o Chicó, do Selton, foram jogados para dentro do coração de todos os brasileiros. Perdemos o controle de quanta gente viu o Auto. Ele se tornou o filme de cabeceira dos brasileiros", disse, Nachtergaele, em entrevista exclusiva ao MASSA!.
O ator relembrou a trajetória de sucesso da primeira produção quando foi lançada. Mesmo mais de duas décadas depois, o longa continua sendo um ícone para os brasileiros, principalmente na região Nordeste. "Foi um grande sucesso nos cinemas, depois de ser um grande sucesso na televisão. As famílias assistem todo fim de semana. No Nordeste, principalmente, ele é motivo de festa. Durante esses anos todos, não teve um dia que eu saí na rua e não falavam sobre João Grilo", apontou.
Matheus acredita que o que torna esses personagens tão memoráveis é o fato deles representarem uma classe inteira de pessoas. "Eles são arquétipos dos pobres sobreviventes, dos servos alegres que enganam ligeiramente os patrões para sobreviver. São os Robins Hood brasileiros, que tiram de quem tem para dar para quem não tem. Isso causa identificação com o público todo", pontuou.
O astro aponta que não existe "Joões Grilos" apenas no Brasil. Ele defende que o conceito carregado pelo personagem é universal, para todos os países. "Em todas as mitologias e dramaturgias do mundo todo tem personagens como o João Grilo, que são servos, subalternos, mas que são muito inteligentes e sobrevivem às dificuldades com alegria".
Mais de 20 anos depois, não só os personagens mudaram, como também o próprio mundo. Mesmo com o público atual sendo bem diferente, Matheus aponta que os personagens continuam impactando da mesma forma. "Algumas coisas mudaram, o Selton e eu amadurecemos, mas o arquétipo não muda, o arquétipo é um tipo de personagem que vive no inconsciente de cada ser humano. Os personagens estão um pouco mais maduros, mas o que eles representam é a mesma coisa. E o Brasil, infelizmente, mudou pouco nesses anos", acrescentou.
Veja o trailer de 'O Auto da Compadecida 2'
*Sob a supervisão do editor Jefferson Domingos