Com estreia marcada para o próximo sábado (2), Dia de Finados, o espetáculo de dança 'Infinito' convida a criançada para conhecer uma visão diferente sobre a morte. A peça, que acontecerá na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, apresenta, através da dança, da brincadeira e de figurinos surpreendentes, uma nova perspectiva sobre a passagem para outros planos.
O musical conta a história de Tayó, um menino muito apegado a sua avó, que costuma lhe contar histórias. Após a morte dela, o garoto percorre uma travessia de memórias que o conectam com o plano ancestral, onde conhece figuras mágicas baseadas em manifestações populares, que o apresentam aos mistérios por trás da travessia da ente querida.
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O espetáculo tem direção e figurinos de Guilherme Hunder, além de produção e coreografia de Márcio Fidelis. O Portal MASSA! conversou com a dupla, que colabora há mais de duas décadas, para dar um gostinho a mais sobre o musical voltado para a criançada.
Guilherme Hunder explicou à reportagem que um dos objetivos da montagem é apresentar uma nova visão sobre o pós-vida para o público infantil.
Cada cabeça de uma criança é uma possibilidade. Certamente, acho que a gente vai contribuir para povoar esse imaginário com outra perspectiva de morte. Não do fim, mas de uma passagem, de possibilidades de recomeço, de continuidade
Hunder também revelou que as vestimentas beberam dessas inspirações populares. "A gente pensou em um lugar do recôncavo baiano fantástico. Então tem muita textura de Zambiapunga, do negro fugido. Quem for assistir vai identificar um pouco disso em silhuetas diferenciadas".
Infinito tem criações baseadas não só na cultura popular dos folguedos, como os Zambiapungas e os Farricocos, mas também explora pensamentos vindos das culturas afro e indígena brasileiras. Um exemplo é a cosmologia yorubá-nagô, uma visão de mundo rica e complexa, que inclui a criação do universo, os Orixás (divindades) e a conexão intrínseca entre o divino, a natureza e a humanidade.
"A obra é um espetáculo que traz um diálogo da dança contemporânea com as populares e as danças modernas, a partir de olhar artístico direcionado ao público infantojuvenil. Tudo isso tendo a musicalidade e a dramaturgia criada por Mônica Santana como fios condutores para o processo de criação e da movimentação que vai para cena”, detalhou Márcio Fidelis, um dos idealizadores da peça.
Márcio, que é doutorando em Dança, contou que conheceu Guilherme quando ainda lecionava para ele. A parceria deu certo e os dois já produziram outro espetáculo, "PADÊ", que estreou em novembro de 2021 na Sala do Coro do Teatro Castro Alves.
"A gente já começou a fazer projetos juntos, tanto com dança, quanto com teatro, quanto com música, além de mostras pedagógicas juntos. É uma parceria que tem uma cumplicidade e uma relação de construção, de pesquisa e de pensamento que vai para além dos palcos", contou.
O trabalho foi concebido através da Companhia de Dança Márcio Fidelis, fundada em 2021 pelo produtor. A iniciativa nasceu com o propósito de aumentar a visibilidade de dançarinos e coreógrafos baianos diante de um cenário pouco explorado na cidade de Salvador. 'INFINITO' ficará em cartaz entre os dias 2 e 10 de novembro, aos sábados e aos domingos, às 16h.
SERVIÇO:
O quê: espetáculo de dança INFINITO, com direção artística Márcio Fidélis e Guilherme Hunder
Onde: Sala do Coro do Teatro Castro Alves
Quando: 2 a 10 de novembro, sábados e domingos, 16h
Entrada: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia entrada)
Ingressos podem ser adquiridos nesse link.