O ex-jornalista da Globo Luis Erlanger rasgou o verbo nas redes sociais a respeito do apresentador Silvio Santos, que morreu no último sábado (18), aos 93 anos. Em 'textão' publicado no Instagram, o jornalista teceu duras críticas ao apresentador, e caracterizou as homenagens feitas após a morte de Silvio, como "bajulação".
"No Brasil, morrer vem com anistia automática. E bajulação. É indiscutível que Sílvio Santos está no topo na história da nossa televisão. No seu gênero (prefiro o Chacrinha ), o maior apresentador de programa de auditório", iniciou, destacando a preferência a Chacrinha, também falecido.
Erlanger continuou seu texto, criticando tanto o caráter do empresário, quanto os programas e quadros da SBT, emissora de Silvio Santos, citando também a tentativa do apresentador se lançar na política.
"O Baú da Felicidade - que ganhou de presente - era uma picaretagem. Lançou a Tele Sena, um modelo de aposta proibido disfarçado de título de capitalização. Sem lastro. Só não foi candidato à presidência da República porque foi considerado inelegível. Apoiou todos os presidentes e se dizia 'office boy de luxo do governo'. De qualquer governo", citou.
O jornalista ainda falou sobre o apoio de Silvio, ao golpe militar e a ditadura. "Como outros magnatas da Comunicação - como Roberto Marinho - apoiou o golpe militar. Mas foi além. Ele mesmo admitia que ganhou o canal de TV do general-ditador Figueiredo. Nos intervalos, exibia campanhas com o slogan do regime militar “Brasil, ame-o ou deixe-o”", criticou.
Leia também:
SBT exibirá documentário inédito em homenagem a Silvio neste domingo
Corpo de Silvio Santos é sepultado em cemitério de São Paulo
Ele continuou, desta vez, apontando outros feitos de Silvio Santos. "No governo Bolsonaro, voltou com 'A Semana do Presidente', exibido na ditadura. Tirou um prêmio musical de uma candidata negra, contrariando a escolha do auditório. Em 2010 descobriu-se que seu banco PanAmericano fez operações fraudulentas de R$ 4,3 bi, o maior escândalo financeiro da década. Não perdeu patrimônio, muito menos a concessão pública do SBT".
Por fim, o jornalista finalizou alegando que o apresentador só era "santo no sobrenome". "Furtou o projeto original do BBB e batizou de Casa dos Artistas. Ninguém se recorda da covardia contar Zé Celso e o Teatro Oficina? Enfim, um dos ícones da nossa TV. Mas santo só no sobrenome", finalizou.
A postagem feita por Erlanger dividiu opiniões, alguns internautas concordaram com o jornalista, já outros criticaram o texto, considerando-o desnecessário para o momento. "Que postagem desrespeitosa! Quer você queira ou não, SS [Silvio Santos] é o grande comunicador da televisão brasileira, ainda que você preferisse Chacrinha falando em cima dos musicais!", criticou um internauta.