
O ano está acabando e se teve uma pessoa que mudou de vida em 2025 foi o cantor J.Eskine. O Gângster do Arrocha emplacou diversos hits e se tornou conhecido nacionalmente, com direito a dividir palco com grandes celebridades, como Anitta e Ivete Sangalo. Cria do bairro do Uruguai, ele também realizou feats com Oruam, MC Pedrinho, entre outros, que esquentaram milhares de baladas pelo Brasil afora.
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Eskine, que até pouco tempo cantava em buzão e catamarãs, começou a se apresentar em shows lotados e fez questão de enfatizar como 2025 foi o ano da realização dos seus sonhos.
“Esse ano, na verdade, foi o ano de mudança na minha vida. Mudou tudo de uma hora pra outra. Antes eu era apenas um artista de rua, tentando a vida, mais um sonho. E a partir do final do ano passado, pra esse ano, mudou totalmente. Eu alcancei grandes palcos, grandes públicos também, e conquistei com muitos fãs. Consegui mudar minha vida com tudo que eu sonhava”, explicou o artista.
Calando os haters
Após o sucesso da Resenha do Arrocha 1.0, muitas pessoas afirmavam que Eskine seria artista de uma música só. No entanto, o Gângster do Arrocha mostrou que passou muito longe disso e não parou de emplacar sucessos. Ele explicou que já entrou no mercado musical sabendo que podia mais, e que seu dom para composição foi fundamental para se firmar entre os maiores artistas do país.

“Eu já venho de uma trajetória de que eu, querendo ou não, eu sou músico, então eu já fazia música boa. Eu só não fazia o que vendia, vamos dizer assim. E aí, a partir do momento que eu comecei a fazer o que vende pro público, alcancei um público gigantesco. Só que além disso eu tenho toda uma história, eu entendo um pouquinho de música. Então, eu sei fazer a parada, eu confio muito no meu talento, eu sei fazer a parada. Então acho que um dos motivos foram esse, né, e mais outro motivo é a força de vontade, né. Quando a galera vem de baixo, quando se tem pouco, eu sabia que não podia perder. Eu não vim pro jogo pra perder, eu entro no jogo só pra ganhar”, enfatizou.
Questionado sobre fazer músicas que hitam, Eskine deixou claro que tem vontade de lançar canções fora do padrão do mainstreaming. Mesmo sabendo que não terá tantas visualizações, o cantor destacou a importância da conexão com o público.
“Com certeza eu pretendo voltar [lançar músicas fora do mainstreaming]. De vez em quando eu ainda lanço algumas músicas limpas assim, só que ainda, querendo ou não, não alcança o público total, o hit, vamos dizer assim. Alcança alguns fãs que estão lá sempre. A música bate 500 mil, bate 200 mil. Eu lancei ‘Vários Não’, que é uma música que fala da minha história, acho que tem 200 mil no YouTube. Só que é uma música de sentimento, vamos dizer assim. É uma música que eu quis lançar, porque é uma parada que eu gosto e eu quis lançar, não é uma música pra, tipo, hitar. Eu lancei a música porque é uma parada que eu gosto e quem é fã de verdade vai se identificar também com a música”, comentou.
Ano premiado
Eskine também foi reconhecido pela indústria por seu ano de sucessos, com direito a premiações, como a de Cantor de Arrocha do Ano, pelo Prêmio Multishow. O cantor também concorreu ao prêmio de Hit do Ano, com 'Resenha do Arrocha 1.0', mas acabou perdendo para 'P do Pecado', do grupo Menos é Mais.

Ele comentou sobre o resultado, mas destacou o merecimento do grupo de Brasília e afirmou que agora o foco é buscar o troféu em 2026.
“Eu meio que nem lamentei, na verdade eu só falei que eu tava ansioso, né, pra conquistar também o hit do ano, que é uma música que rodou muito e eu também esperava. Só que a música que ganhou também rodou muito. Então não tem como tirar o mérito da música do vencedor, que inclusive é uma música que eu escuto muito e sou fã deles, do grupo Menos é Mais. Próximo ano é trabalhar pra ganhar o Hit do Ano”, largou Eskine.
Sempre com os seus
Uma marca registrada de Eskine é a valorização de quem esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis. Em muitos clipes, o Gângster do Arrocha faz questão de aparecer ao lado dos amigos. Ele destacou especialmente o produtor e empresário Alef Donk, que acreditou no seu potencial desde o início.
“O Donk eu tenho como pai, como irmão, como família mesmo, né? Eu conheci ele nas batalhas de rimas. Antes, eu nem sabia que ele era produtor. Acabou que, no decorrer, eu fui gravar, eu precisava gravar música e gravei lá. Ele foi um dos primeiros caras que me ajudaram, acreditou mesmo no meu trabalho e eu acreditei no dele, né. Porque também era um nada. Ele não tinha nada, eu também não tinha nada. E foi a gente um acreditando no outro. Ele tirou a cama do quarto dele pra fazer o estúdio. Abandonou a carreira dele como cantor só pra produzir, acreditando no meu trabalho. Eu acho que é isso, eu tenho muito gratidão. E tá comigo, tá pro resto da vida”, destacou Eskine, que também lembrou de Laizão, Alê, entre outros parceiros de longa data.
Projetos futuros e Carnaval
O cantor também deu um spoiler do que o público pode esperar nos próximos meses. Eskine está preparando o novo EP 'Todo Mundo Odeia o Eskine', com cinco faixas inéditas, além de 'Resenha do Arrocha 4.0', já lançada e apontada como aposta para o Carnaval.
Ele destacou, no entanto, que mais importante do que prêmios é ver a música ganhar as ruas.

“Eu não gosto de fomentar que a música é do Carnaval, porque eu gosto que o povo fale, né, o que o povo disser, porque a voz do povo é a voz de Deus. Ano passado, esse ano na verdade, foi a mesma coisa. Eu não fiquei fomentando muito que Resenha do Arrocha era a música do Carnaval. Quando chegou, saiu entre os indicados de música do Carnaval, aí eu pedi claramente pra ter votação, né. E, querendo ou não, quando chegou o Carnaval, a gente não ganhou prêmio, mas garantiu o top 1 nas redes, no Spotify, no YouTube. Por mais que a gente não tenha ganhado o prêmio, na voz do público, quem ganhou foi a Resenha do Arrocha”.
Sem esquecer das origens
Nascido e criado no bairro do Uruguai, em Salvador, Eskine não esqueceu de onde veio, mesmo após a fama. No Dia das Crianças, por exemplo, o cantor fez questão de voltar à comunidade e distribuir milhares de presentes para a criançada, reforçando a importância de retribuir.
“Cara, eu vou algumas vezes lá, né, geralmente eu vou também pra fazer ações. Sempre em datas comemorativas, como foi a Páscoa, como foi o Dia das Crianças. Fiz questão de doar brinquedos, fazer a alegria da criançada da comunidade, o que foi algo que quando eu era menor eu senti falta também. E aí esse ano eu falei: ‘pô, vou fazer uma parada louca, vou pegar aí mil brinquedos’. Peguei mil brinquedos, sobrou brinquedo, fui pra outra rua, fui pra outro local dar brinquedos. Depois sobrou ainda mais, fui pra outro lugar. Pra mim foi um sentimento de gratidão, de estar fazendo um bem na comunidade de onde eu vim”.
*Sob supervisão do editor Jacson Brasil
