O groove arrastado do pagodão ecoou pela Concha Acústica na noite desta sexta-feira (31). Unidos por iniciativa do cantor Saulo Fernandes, grandes nomes do ritmo baiano se juntaram para celebrar a história e a essência desse gênero musical.
Apelidados carinhosamente pelo anfitrião como "arquitetos do pagode", os artistas Edcity, Alex Xella, Bambam, Nenel e Aila Menezes sacudiram o público com canções que marcaram gerações e também apresentaram as músicas do álbum que gravaram juntos.
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A noite em homenagem ao pagode começou honrando aqueles que são responsáveis por entregar a clave tão característica do ritmo: os músicos. Apresentados um a um, eles subiram ao palco e foram aplaudidos pela plateia.
Em seguida, os cantores entraram juntos ao som dos versos de 'Quem Me Ensinou', canção que batiza o projeto. Eles foram acompanhados pelo povo, que foi se soltando ao longo da noite e meteu dança.
Pagodão no centro
Única mulher na iniciativa, Aila Menezes fez um bloco especial com os melhores hits da carreira dela. Dona de uma voz potente e um carisma inegável, ela falou sobre o poder feminino e 'quebrou e amassou' nas coreografias.
A artista surpreendeu ao público ao fazer versões de clássicos do rock brasileiro em pagode baiano e classificar o ritmo como parte da Música Popular Brasileira (MPB).
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Aila Menezes
Ao som de 'Tempo Perdido', da banda Legião Urbana, Aila Menezes defendeu que "qualquer coisa pode ser pagodão, mas o pagodão não é qualquer coisa".
Momento histórico
Dois desbravadores do pagode, representantes de uma das fases mais especiais do Parangolé, Nenel e Bambam protagonizaram um momento histórico juntos. Os cantores deixaram as desavenças e mágoas do passado para trás e relembraram o tempo do álbum 'A Verdade da Cidade', lançado em 2007.
Com músicas que revolucionaram a Bahia e traziam a força e a realidade da favela em suas letras, eles levaram a Concha à loucura. Canções como 'Fera Ferida' e 'A Santa' arrepiaram cada pessoa que estava presente no evento.
A emoção tomou conta do lugar, e Nenel e Bambam se jogaram em meio ao público. Eles foram aclamados e envolvidos pelo calor humano.
Quem também é ex-Parangolé e faz parte do projeto é o cantor Edcity. Ele colocou a galera balançar ao som de 'Conceito', um dos hinos da música baiana, e entoou uma sequência de canções que ativaram a nostalgia do público.
Além do momento para matar as saudades da época em que o naipe estava longe de ser criado, o artista cantou a nova proposta de trabalho, uma aposta para o Carnaval 2025, batizada de 'Subindo que Nem Foguete'.
A swingueira tomou conta
Depois das canções voltadas para causas sociais, foi a vez do cantor Alex Xella assumir o comando do palco e trazer a fase da swingueira do pagode das antigas. Ele começou cantando 'E Aí, Bê?" ao lado de Saulo Fernandes e depois partiu para uma playlist com grandes sucessos.
A pegada animada e alto astral de Xella agitou ainda mais o público, ao ponto de várias pessoas fazerem as coreografias. As dancinhas de redes sociais não tiveram vez, pois a quebradeira raiz dominou o show.
Para completar a festa, Xanddy Harmonia apareceu de surpresa e deu uma palhinha para o povo. Inicialmente, ele queria apenas assistir a apresentação e prestigiar os amigos, mas foi chamado para o palco e não conseguiu recusar o convite emocionado dos cantores.
O que o artista não esperava era que a esposa dele, Carla Perez, também iria surpreender. Ela apareceu no final do evento, disfarçada entre as outras pessoas que estavam curtindo. Porém, quando começou a dançar, foi impossível não reconhecê-la.
Após uma noite de muitas emoções, o show terminou em grande estilo, com todos os artistas reunidos no palco para uma última apresentação. Eles encerraram com a energia lá em cima, deixando o público com gostinho de quero mais. O Pagodão na Concha foi um sucesso e provou que esse ritmo continua vivo e forte para seguir marcando gerações e fortalecendo a identidade cultural da Bahia.