
Quem nunca, durante um dia qualquer na infância, se perguntou sobre como seria o mundo se dinossauros ainda existissem? Essas fascinantes criaturas entram numa lista seleta de coisas que todo mundo gosta. Em 1993, Steven Spielberg deu vida a essa dúvida quando lançou 'Jurassic Park', filme que se tornaria um marco na cultura pop. Em 2015, a franquia foi revivida com o lançamento de 'Jurassic World e até hoje continua dando o que falar.
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Depois da franquia ter explorado tudo que se podia sobre dinossauros, o novo 'Jurassic World: Recomeço', que estreia nos cinemas esta quinta-feira (3), precisava apostar em algo novo. A produção apresenta dinossauros geneticamente modificados, que misturam habilidades de diferentes espécies em um só. A justificativa dentro da história é semelhante a da vida real. Na trama, as pessoas começaram a enjoar dos dinossauros comuns e a empresa por trás da atração precisou se reinventar.
Assista o trailer:
Mesmo de forma sutil, é muito agradável como o roteiro usa dessa metalinguagem para falar sobre a própria franquia. O público atual não é o mesmo de 30 anos atrás e fazer um filme sobre dinossauros não é mais interessante o suficiente. Outro ponto que a história aborda é como essas criaturas iriam reagir às mudanças climáticas. Os dinos estão enfrentando uma nova “extinção”, de modo que o único lugar do mundo em que eles ainda sobrevivem é uma ilha próxima ao Equador.
Dentro do grupo de protagonistas, apenas dois rostos se destacam. O primeiro é o da excelente Scarlett Johansson , que continua sendo carismática, apesar de sua personagem não ter o melhor desenvolvimento que poderia se esperar. O outro é o de Mahershala, que consegue roubar a cena sempre que aparece em tela. Os dois são de longe os melhores membros da equipe de sobreviventes.

Quando foi anunciado, todo marketing do filme girou ao redor de Johansson e da nova ameaça que iria ser apresentada. O D-Rex, versão geneticamente modificada do Tiranossauro Rex, tem um visual ameaçador, lembrando até o Xenomorfo da franquia Alien. O dinossauro tinha tudo para ser o grande antagonista, mas acaba sendo limitado a aparecer em apenas dois momentos.
'Jurassic World: Recomeço' aposta no novo, mas sem abrir mão de fazer referências ao passado — principalmente na trilha sonora. A história não é a melhor coisa do mundo, mas as cenas de ação são boas e os dinossauros continuam sendo algo hipnotizante tanto quanto eram na infância.

Problemas e qualidades
O principal defeito dessa sequência é a forma como o roteiro abusa das coincidências. Existem momentos em que tudo magicamente dá certo para os protagonistas. Outra coisa que pode incomodar são as mortes. Apesar de serem impactantes, o público não chega a se importar de fato com aqueles que morreram. Esse é um problema recorrente nas obras do diretor Gareth Edwards, que assina a produção e que também foi responsável por dirigir 'Rogue One: Uma História Star Wars', que compartilha o mesmo problema com as mortes.

Em contrapartida, Edwards manda muito bem no que diz respeito à expansão do universo. Em 'Jurassic World: Recomeço', acompanhamos como está a dinâmica dos humanos com os dinossauros, podemos acompanhar novas espécies e temos um vislumbre do quão impressionante ainda pode ser o mundo jurássico. Além disso, o humor também está na medida certa e consegue arrancar boas risadas.