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Cultura Viva - 14/03/2025, 21:00 - Ana Júlia

Cortejo Nacional da Poesia na Bahia traz feira literária e sarau

XXI edição celebra Castro Alves, Carolina Maria de Jesus e o cineasta baiano Glauber Rocha

Artistas, poetas e atores celebram a XXI edição do Cortejo Nacional da Poesia na Bahia
Artistas, poetas e atores celebram a XXI edição do Cortejo Nacional da Poesia na Bahia |  Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Celebrando sua XXI edição, o Cortejo Nacional da Poesia na Bahia trouxe, nessa sexta-feira (14), uma grande novidade: uma feira literária e sarau na praça Castro Alves em Salvador, com foco em editoras e artistas baianos independentes. A ação ofertou diversos fazeres poéticos e manteve viva a memória do povo baiano, trazendo aos holofotes a poesia livre e para todos sem diferenciar as posições sociais.

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A história do Cortejo é rica e antiga, contando com diversos nomes importantes. Douglas de Almeida, 69 anos, é o fundador do projeto e como outros poetas dizem “Douglas chama e a gente vai atrás!”. “O público na rua é diferente, tira a ideia do elitismo e abrange a todos que estão ali, presentes”, revela o poeta com certo saudosismo.

Com 45 anos na poesia, Douglas conta como ela transformou sua vida, enquanto escritor, enquanto performista e enquanto produtor cultural. Além do cortejo, ele ainda tem o “percursor” para tudo, um bloco de Carnaval chamado de “Boca de Brasa”, que começou a sair em 1996, levando a poesia, a arte e literatura pelas avenidas da cidade nesse momento de intenso caldeirão cultural.

Douglas de Almeida, fundador do cortejo
Douglas de Almeida, fundador do cortejo | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE
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Nosso entendimento é que há poesia em todo lugar, e dessacralizar a literatura que é algo muito elitizado ainda. A literatura é uma expressão artística igual teatro, a música e a dança.

Fundador do Cortejo Nacional da Poesia na Bahia Douglas de Almeida

Ainda cedo, a praça já se encontrava cheia de admiradores e curiosos com a movimentação. Fossem em olhares de cantos ou chegando mais perto das estantes para observar os livros, o clima de animação se fez cada vez maior, com mais aclamação.

A ação, organizada por coletivos de poetas, contou com o apoio da Fundação Cultural do Estado, Fundação Pedro Calmon, Secretaria da Promoção da Igualdade Racial, Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda, APLB e Fundação Gregório de Mattos.

Entre os apoiadores, o próprio Douglas dá um destaque especial à biblioteca Infantojuvenil Betty Coelho, de onde é diretor, e aos colégios municipais e estaduais, que há anos saem junto ao cortejo pela manhã, este ano com a entrada de outro estadual, Teodoro Sampaio, totalizando quatro colégios.

“Estar representando Carolina Maria de Jesus em um 14 de março é uma honra. Poder mostrar para as pessoas tanto Carolina em performance quanto também na poesia”, detalhou Jeanne Sánchez, poeta e atriz, intérprete nessa edição.

A artista ainda traz um foco muito grande na resistência do brasileiro, do povo preto e da poesia, um gênero literário que perde muito de seu valor nas vistas da sociedade frente a outros. “O evento é mais que um de ‘artista para artista’, ele inclui escolas municipais e estaduais e é muito importante que eles já conheçam desde cedo esses poetas, esses escritores”, completou.

Marcos Peralta como Castro Alves, recitando poesia
Marcos Peralta como Castro Alves, recitando poesia | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

Artevista, Marcos Peralta é quem dá a vida ao grande poeta Castro Alves no cortejo. O artista tem 24 anos interpretando o poeta e é um dos promotores do Coletivo Poetas Além das Sete Praças.

“É um movimento amplo, rico e intenso de poder se chamar o ‘Dia Nacional da Poesia’, de poder homenagear além do Castro outros artistas que nasceram no dia 14 de Março como Carolina Maria de Jesus, e o nosso Glauber Rocha! Afinal ainda estamos aqui”, concluiu o grande ator trazendo uma referência ao filmes de mesmo nome.

Entre os estandes e diversos poetas, o movimento exploesia é um grande destaque. O grupo, que tem 10 anos, conta com mais de 40 poetas mulheres, que se apresentam mensalmente em diversos locais da cidade, recitando seus textos autorais.

Movimento Exploesia poetas Maria Elisa Magalhães e Vitoria Regia Sampaio
Movimento Exploesia poetas Maria Elisa Magalhães e Vitoria Regia Sampaio | Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

“A história das mulheres na literatura, elas sempre ficam de escanteio, os homens sempre ficam à frente e então era a hora das mulheres serem protagonistas e terem um lugar de abrigo para elas”, destacou Vitória Régia Sampaio.

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