O cantor Márcio Victor, líder do Psirico, saiu em defesa do tradicional Samba de São Lázaro, realizado às sextas-feiras na Federação, em Salvador. O evento, alvo de críticas e denúncias de moradores de prédios de luxo por questões como poluição sonora, engarrafamentos e urina na entrada dos condomínios, correu o risco de ter as atividades encerradas de forma definitiva após seu horário ser ajustado.
Leia também:
Abaixo-assinado pede retorno do Samba de São Lázaro
Pagod'art 25 Anos: Flavinho, o Rei da Quebradeira, reúne a 'nata do pagodão' em DVD
Em entrevista ao Portal MASSA!, Márcio destacou a importância do diálogo entre moradores, frequentadores e órgãos públicos para manter a tradição viva com organização e respeito. "Antes de existirem os condomínios, a tradição do samba já estava lá. Ela é antiga, apoia moradores e vendedores locais", afirmou o artista.
Ele sugere soluções
Ele também sugeriu que seja promovido um diálogo entre quem frequenta o evento e quem mora na região, para encontrar uma solução que beneficie ambas as partes. "É importante expor o que não está funcionando, como a falta de banheiros químicos, o horário para terminar e o som alto", acrescentou Márcio, enfatizando que a participação dos órgãos públicos é essencial para resolver essas questões.
O santo não iria gostar do fim do samba
O vocalista da Psirico ainda ressaltou que o Samba de São Lázaro atrai visitantes de outros estados e merece uma estrutura adequada para evitar conflitos.
"Acho que São Lázaro [o santo] não vai gostar que mexam nisso [encerramento]. Se ele abençoou e permitiu, é só para a gente coordenar. Não tem confusão, entende?! Eu chegava no Rio e ouvia: ‘Tô indo para Salvador curtir o samba no São Lázaro’. E, pela carência de lugares em Salvador, acho muito importante deixar o samba acontecer, mas com estrutura para não virar uma perturbação para os moradores".