Kelly Sales Silva, mais conhecida como Kelly Cyclone, é considerada a primeira influenciadora digital da Bahia, pois conquistou milhares de fãs em uma época em que o termo "influenciador digital" ainda nem existia. Com dezenas de perfis no Orkut e diversas comunidades de seguidores, ela se destacou com seu estilo de vida de ostentação, atraindo uma legião de admiradores e curiosos, mas que teve um fim trágico. Nesta quinta-feira (18), a morte da 'Dama do Pó' completa 13 anos.
Envolvimento com o Mundo do Crime
A trajetória da jovem, apelidada de 'A Patroa do Tráfico', 'Kelly Docuça' e 'A Dama do Pó', foi marcada por diversas polêmicas.
Ela se envolveu com o mundo do crime, o que acabou sendo um dos pontos mais comentados e criticados de sua vida pública. Kelly era frequentemente associada a festas e eventos regados a drogas, e seu nome foi ligado a diversos casos de atividades ilícitas.
Entre os casos mais notórios, ela foi investigada por suspeitas de tráfico de drogas e associação com facções criminosas locais.
Em 2010, Kelly foi presa durante uma operação policial na Boca do Rio, em Salvador. Na ocasião, a polícia encontrou drogas e armas em uma residência onde ela estava acompanha com outras 43 pessoas, incluindo traficantes de drogas. A prisão foi amplamente divulgada pela mídia, o que só aumentou o interesse público por sua vida, como se fosse uma novela das oito.
A Fashonista do Gueto
'A Dama do Pó' era também conhecida por suas várias tatuagens, incluindo um coelho da Playboy estampado em sua barriga, e por seu estilo único de se vestir, frequentemente usando uma camisa da Seleção Argentina, combinada com uma saia de veludo da marca Cyclone.
Esse visual ditou moda entre as meninas da favela, dando 'A Dama do Pó' o título de "fashionista do gueto".
Relação com o Cantor Igor Kannário
Kelly Cyclone também era conhecida por sua relação com o cantor Igor Kannário, que era frequentemente debatida na mídia e nos extintos programas 'Se Liga Bocão' e 'Na Mira'. A jovem ganhou ainda mais holofote após ser convidada pelo 'Passarinho' para subir ao palco durante o Pagodão Elétrico, levando o público à loucura.
No episódio, ela cantou uma música que exaltava a marca de roupas associada a seu nome: “Cyclone não é marca de ladrão, é a moda do gueto”. A canção rapidamente se transformou em um hino para os jovens das periferias de Salvador.
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Após a morte de Kelly Cylone, Igor Kannário falou em diversas entrevistas sobre o impacto e a visibilidade que ela trouxe para a sua vida e carreira. Além disso, o artista lamentou sobre a morte trágica da influencer após ela ter saído de um grande evento de pagode em Salvador.
O Fenômeno do Orkut
Kelly Cyclone dominou as redes sociais antes mesmo da ascensão das plataformas que conhecemos hoje. No Orkut, a principal rede social da época, Kelly possuía mais de 600 perfis e comunidades, onde ostentava uma vida cara e fotos com armas.
Seus seguidores acompanhavam de perto cada passo que ela dava, criando um fenômeno de engajamento e culto à personalidade que seria um precursor do que vemos hoje em influenciadores digitais.
Kelly atraía uma legião de admiradores nos becos e vielas de Salvador, onde sua influência era sentida de maneira intensa. Sua vida foi como um verdadeiro tornado, cheia de altos e baixos, com uma força que atraía todos ao seu redor.
A Morte de Kelly Cyclone
A vida de Kelly Cyclone teve um fim trágico e violento há 13 anos. Em 18 de julho de 2011, aos 21 anos, ela foi brutalmente assassinada na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.
Ela foi encontrada com marcas de tiros e facadas pelo corpo, e o crime chocou a população baiana e seus seguidores nas redes sociais. A investigação policial apontou que o assassinato poderia estar relacionado a um suposto caso de traição, embora nunca tenha sido completamente esclarecido.
Entre a benção e a maldição
Apesar das polêmicas e do envolvimento com o crime, a jovem deixou um legado como uma das primeiras figuras públicas a usar as redes sociais para construir uma base de fãs e influenciar o público.
Sua história serve como um exemplo de como a fama nas redes sociais pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição, dependendo das escolhas feitas ao longo do caminho.