
O anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais utilizados pelas brasileiras. Apesar dessa popularidade, alguns casos de mulheres que engravidaram durante o uso do remédio surgem de tempos em tempos e assustam a população, colocando a eficácia da medicação à prova.
Um dos episódios mais recentes na Bahia foi com a empresária Ana Carla Almeida, noiva do influenciador Cristian Bell, que anunciou no mês passado que engravidou mesmo fazendo o uso de anticoncepcional. Na época, ela foi vítima de graves acusações dos internautas, que insinuaram que ela parou a medicação propositalmente por interesse financeiro em gerar um herdeiro.
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O MASSA! conversou com a médica ginecologista Ivone Nascimento (CRM-BA 10004) sobre as pílulas contraceptivas e esclareceu os principais mitos e verdades envolvendo o tema.
A doutora revela que é possível ficar grávida mesmo com o uso correto da medicação, ainda que seja raro.
“Quando a pílula é tomada corretamente, sua eficácia é superior a 99%. Mas na prática, sim, é possível engravidar. Isso acontece porque nenhum método é 100% eficaz. Interações com outros medicamentos (como antibióticos ou anticonvulsivantes) podem reduzir o efeito da pílula e vômitos ou diarreias próximas ao horário da ingestão podem impedir a absorção adequada do hormônio”, declara.

Um questionamento de muitas pessoas é de que as pausas entre as cartelas do remédio influenciam na sua eficácia. Sobre essa questão, Ivone esclarece que não há diferença alguma para quem interrompe e quem escolhe fazer o uso contínuo.
“Não há diferença de eficácia, desde que o uso siga corretamente as orientações do médico. Emendar as cartelas também é eficaz e pode até diminuir o risco de erro, como esquecer de reiniciar a cartela após a pausa. O mais importante é não deixar intervalos maiores que o recomendado”, avalia.
A pausa não reduz a eficácia, desde que a nova cartela seja iniciada no tempo certo
Anticoncepcionais e fertilidade
Um dos mitos mais conhecidos pelas mulheres é que os anticoncepcionais causam infertilidade. Porém, a informação é falsa e não tem nenhum fundamento científico.

Segundo a especialista, é possível engravidar normalmente no primeiro ciclo após a interrupção do remédio: “A pílula não causa infertilidade. Após interromper o uso, a fertilidade tende a voltar rapidamente e, em algumas mulheres, já no ciclo seguinte. Se houver demora para engravidar, provavelmente está relacionada a outras causas, como idade, endometriose e ovários policísticos”.
Também não existe um prazo fixo para engatar uma gestação após interromper o uso do anticoncepcional. “Depende do organismo de cada mulher”, inicia.
A orientação é esperar de 6 a 12 meses tentando naturalmente antes de investigar causas de infertilidade
Por fim, a ginecologista acrescentou dicas para as mulheres que ficam com medo da medicação não estar funcionando todas as vezes que leem notícias sobre pessoas que engravidaram durante o uso dos anticoncepcionais.
Confira a lista:
💊 Tomar a pílula todos os dias no mesmo horário;
🤰🏽 Evitar esquecimentos, pois mesmo 1 comprimido esquecido pode aumentar o risco de gravidez;
🗣️ Cuidar de interações medicamentosas e avisar sempre ao médico sobre o uso de anticoncepcional;
❌ Não confiar na pílula em casos de vômito ou diarreia intensa, usando método de apoio (como camisinha);
🩺 Acompanhamento médico regular para avaliar efeitos colaterais, riscos e necessidade de mudança de método.