Peraê, perâe, perâe! Que loucura é aquela nos pontos de troca de figurinhas nos shoppings centers de Salvador? Véi, claro que já era esperado uma galera por lá. Copa do Mundo na porta, o pessoal com uma saudade retada de ver todos esses craques reunidos e tal. E a dura missão de completar o álbum é um aperitivo a mais, principalmente para as crianças e os adolescentes.
Mas não tô aqui pra falar da gurizada, que inclusive têm se divertido muito com o álbum da copa. Tô aqui pra falar dos pais, mães, tios, irmãos mais velhos... Rapaz, fui num shopping da cidade pra levar meu sobrinho e saí de lá horrorizado - pra não dizer um palavrão -, na moral mesmo.
Brother - sister também -, tô lá de boa com o meu sobrinho, um molequinho de 6 anos, e vi a muvuca lá do ponto de trocas de figurinhas e resolvemos ir lá, até porque ele tinha um pote com uma quantidade incontável de figurinhas pra trocar e tava doido pra interagir com a gurizada.
Mas, dentro da sala, eu vi de tudo. E não foi coisa boa. Espia só. Pais e mães empurrando crianças, tentando enrolar os pequenos, muitos não deixaram os filhos sequer dizer o que queriam ou mesmo colar a zorra da figurinha no álbum. Colar, véi! Zorra! Vi adultos ‘pegando’ figurinhas sem que os pequenos vissem. Vi adultos discutindo com os filhos dos outros. Mó zona, mó bizarro.
Meu sobrinho, todo esperto e orgulho do tio, largou: “Tio malucão, essas pessoas são tipo Lucas Neto, né?”. E eu, sem entender, perguntei: “Como assim?”. E ele, disparou com a sagacidade de uma pessoa vivida e na maior naturalidade: “São adultos que pensam e falam como criança”.
Putz, depois dessa, meu sobrinho falou que já tinha conseguido o que queria e ainda, em uma atitude altruísta, deu um ‘bolinho’ de figurinhas para outra criança que estava com o álbum praticamente vazio.
Papais, mamães, na moral mesmo, na boa, na humildade, venho pedir a vocês: DEIXEM AS CRIANÇAS BRINCAR. Apenas observem, orientem, mas deixem-nas viver esse momento tão mágico. Tá afim de brincar também? Junta seus amigos adultos e faz um clubinho dos coroas. Mas, por favor, deixem as crianças com as crianças. É uma experiência única completar o álbum por mérito próprio.
Como cantou Alexandre Carlo, do Natiruts: “Deixa o menino jogar ô iaiá”.
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