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Curiosidade - 21/03/2025, 09:53 - Amanda Souza e Lucas Vieira - Atualizado em 21/03/2025, 10:15

Você sabe o motivo do afundamento de um ferry-boat? Entenda o que acontece

Embarcação Juracy Magalhães deve se tornar elemento do turismo náutico

Embarcação que será afundada
Embarcação que será afundada |  Foto: Ilustrativa/Divulgação

O ferry-boat Juracy Magalhães será afundado de forma controlada nesta sexta-feira (21), na costa de Salvador, como parte de um projeto de criação de recifes artificiais. A ação, promovida pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA) em parceria com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e a Marinha do Brasil, tem o objetivo de fomentar o turismo subaquático e contribuir para o desenvolvimento da biodiversidade marinha.

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Após ser retirado de operação em 2018, o ferry foi rebocado do terminal de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, até uma área a dois quilômetros da costa do Rio Vermelho, onde foi submerso de maneira planejada. A iniciativa busca transformar a embarcação em um habitat marinho para diversas espécies, além de atrair mergulhadores e pesquisadores.

"O ferry servirá como abrigo para novas formas de vida", explica biólogo

De acordo com Marcelo Peres, biólogo e técnico do Inema, a estrutura do ferry proporcionará um novo substrato para a fixação de organismos bentônicos, como esponjas e corais, criando um ambiente favorável para o desenvolvimento da vida marinha.

"Algumas formas de vida bentônicas não conseguem se desenvolver em um ambiente arenoso, de areia. Quando você dá uma estrutura, um suporte, essas formas de vida, por exemplo, esponjas, vão começar a se desenvolver ali, como se estivesse formando", diz em entrevista ao Portal MASSA!.

Segundo ele, com o tempo, novas espécies começarão a ocupar o espaço criado pelo ferry submerso, até que os peixes passem a utilizá-lo não só como abrigo, mas também como fonte de alimento.

“À medida que vão se desenvolvendo novos organismos, vai abrir um espaço para organismos mais complexos, até chegar a nível de peixes, que vão encontrar ali, além do alimento, que é a base, eles vão encontrar também um abrigo”, detalhou.

Ele destacou que esse tipo de intervenção já demonstrou resultados positivos em outros naufrágios controlados, como o da embarcação Genoa, em 2021, onde foi registrada a presença do mero, um peixe de grande porte ameaçado de extinção.

Novo atrativo turístico da cidade

Além dos benefícios ambientais, o afundamento do ferry-boat Juracy Magalhães deve impulsionar o turismo de mergulho na capital baiana.

Recifes artificiais como esse costumam atrair mergulhadores recreativos e profissionais, gerando oportunidades econômicas para operadores de turismo, escolas de mergulho e guias especializados.

"O afundamento incrementou em mais de 400% a busca dessa atividade no nosso estado", destaca o secretário do Turismo, Maurício Bacelar, sobre o afundamento.

Secretário Maurício Bacelar
Secretário Maurício Bacelar | Foto: Lucas Vieira / Ag. A TARDE

Ainda de acordo com ele, o custo da operação desta sexta custou R$ 350 mil ao governo do estado.

"Uma experiência dessa é vendida pelas empresas de mergulho por algo em torno de R$ 400, o que é revertido em recursos e geração de empregos para os baianos", disse. "São cinco empresas que operam em Salvador, e até domingo já não tem mais vagas para o passeio turístico", completa o secretário.

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