O episódio da baleia jubarte que encalhou em meio ao mar da região do São Francisco do Conde desde o último sábado (8) deixou diversas pessoas e pescadores perplexos. Porém, a dúvida que se instaura é em relação aos procedimentos que podem ser tomados após a morte do animal.
O médico veterinário e coordenador do Instituto Baleia Jubarte, Gustavo Rodamilans, destacou quais as medidas que devem ser tomadas caso se confirme o falecimento do mamífero. “O ideal seria a retirada do animal e descartá-lo de forma correta. Porém a localização atual da baleia dificulta esta ação. Estamos estudando qual o procedimento que iremos tomar”, disse o profissional em entrevista ao Portal MASSA!.
Por ter encalhado em uma região com a maré baixa, o processo de retirada da baleia do local se torna uma grande questão, devido à alta complexidade da operação. “No caso desse animal, a principal dificuldade está na localização que ela se encontra. Uma área muito rasa e com muitos bancos de areia que impedem a chegada de embarcações maiores. Além disso, por estar muito debilitado, não é recomendado tracionar o animal com cordas, o que poderia causar mais danos ao animal”, contou Gustavo.
Consumo da carne de baleia
Após a retirada do animal morto, levanta-se um questionamento quanto ao que fazer com tanta carne exposta, se pode ser usada para consumo próprio ou até mesmo descolar uma boa grana comercializando a mesma.
Porém, diferente do que muitos pensam, apesar da carne de baleia vir do mesmo lugar dos peixes, seus companheiros marinhos, ela é proibida para consumo no Brasil, de acordo com a lei nº 7.643, de 18 de dezembro de 1987. E aquele que comer poderá ser preso em até cinco anos por crime ambiental ou até mesmo pagar uma multa.
Além isso, a ingestão deste tipo de carne sem a supervisão da vigilância sanitária pode trazer diversos problemas à saúde, por apresentar inúmeros sinais de doenças em seu corpo já no processo de decomposição.
“Será coletado material para estudos genéticos e não é recomendado o consumo da carne de baleia. Esse animal aparenta estar doente, e a ingestão dessa carne pode vir a trazer malefícios à saúde humana”, detalhou Gustavo sobre o que fazer com a carne do animal.