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Levantamento - 08/05/2025, 06:00 - Vitória Sacramento

Veículos de comunicação comunitários de Salvador serão mapeados

Na última edição, 18 veículos foram registrados

Mussurunga tem o Mussucity News
Mussurunga tem o Mussucity News |  Foto: Clara Pessoa / Ag. A TARDE

Estão abertas as inscrições para a 3ª edição do levantamento que visa mapear os veículos de comunicação atuantes nos bairros de Salvador. A iniciativa, criada em 2023 pela Agência Comunicativa, tem como objetivo dar visibilidade a canais comunitários que retratam o cotidiano das periferias da capital baiana por meio de blogs, redes sociais e sites locais.

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Na última edição, 18 veículos foram registrados. Neste ano, a proposta é ir além: além do mapeamento, será lançado um novo e-book com informações sobre os perfis responsáveis pela cobertura jornalística de bairros soteropolitanos. O material será disponibilizado em duas versões, uma gratuita e outra paga.

A primeira fase do mapeamento começou nesta segunda-feira (5) e segue até o fim de maio. Os interessados em participar devem preencher o formulário disponível nas redes sociais da Agência Comunicativa (@comunic.ativa) no Instagram e Facebook.

Segundo Moisés Brito, sócio-diretor da Agência Comunicativa, a proposta nasceu da necessidade de “ampliar o olhar sobre a comunicação feita na cidade” e reconhecer a força do jornalismo comunitário, especialmente nas redes sociais. “A gente começou a perceber que pautas que não conseguiam furar os filtros dos grandes veículos estavam chegando ao público final por meio desses canais locais. E muitas vezes não olhávamos para eles por puro preconceito”, admite.

Moisés Brito, sócio-diretor da Agência Comunicativa
Moisés Brito, sócio-diretor da Agência Comunicativa | Foto: Arquivo pessoal

Brito destaca que esses veículos locais cumprem um papel fundamental não apenas de denúncia, mas também de valorização das comunidades, ao divulgar histórias positivas, cursos, serviços e iniciativas locais. Ele ressalta que, para uma cidade com quase 3 milhões de habitantes, ignorar essas vozes significa deixar de enxergar a cidade como um todo.

Outro ponto importante levantado pelo diretor é a função educativa desses meios para os pequenos empreendedores. Muitos comerciantes de bairro têm nesses canais a sua primeira experiência com publicidade e divulgação estratégica. “Esses veículos são, muitas vezes, os primeiros parceiros comerciais de microempresas, ajudando-as a entender como funciona o sistema de comunicação”, explica.

A pesquisa também trouxe aprendizados para a própria agência. Moisés pontua que os veículos comunitários operam em lógicas distintas das mídias tradicionais, exigindo relacionamentos mais personalizados. “Às vezes, uma pauta pode surgir de uma simples conversa ou parceria, e não de um release formal. Isso amplia nosso entendimento sobre o que é, de fato, uma pauta relevante.”

Essa proximidade e compromisso com a comunidade também são destacados por Rubens Charles Días da Silva, diretor do Mussucity News, que enxerga o jornalismo comunitário como uma ponte entre a realidade local e os próprios moradores. “Levar a informação da comunidade para os moradores que seguem nossa mídia é essencial. Mas muitas vezes evitamos noticiar temas delicados, como guerra de facções, por receio de retaliações, já que estamos inseridos no dia a dia dessas localidades”, afirma. Ele também ressalta que, apesar de parcerias com a grande mídia, em muitos casos os veículos tradicionais não conseguem cobrir ações sociais nos bairros, principalmente aos fins de semana.

Já Rafael Nascimento Souza, fundador e gestor da página InfoStella, reforça a visão de que a comunicação comunitária tem um futuro promissor por sua capacidade de estreitar laços locais.

“A gente consegue aproximar as pessoas, fortalecer a região, fomentar o comércio e até buscar mais segurança. As pessoas se sentem representadas por uma mídia que conhece sua realidade”, comenta. Criada inicialmente como um hobby em 2013, a InfoStella se profissionalizou com o tempo, passando a atuar como ponte entre a comunidade de Stella Maris e o poder público. Rafael destaca ainda a importância de ter sido lembrado no mapeamento: “Disseminou a nossa marca e mostrou que a InfoStella tem um trabalho sério. Comercialmente não houve tanto retorno, mas a visibilidade foi muito importante”.

Rafael Nascimento Souza, fundador da página InfoStella
Rafael Nascimento Souza, fundador da página InfoStella | Foto: Arquivo pessoal

Além de contribuir para a autoestima das comunidades, os veículos mapeados também constroem narrativas próprias sobre seus territórios, utilizando dialetos e referências locais, construindo identidade cultural e a conexão com os moradores.

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