
Nesta quarta-feira (29) é comemorado o Dia Nacional do Livro, uma data criada para celebrar o poder da leitura e reforçar sua importância na formação cultural e intelectual da sociedade. Em Salvador, iniciativas como o projeto Estação Leitura, da CCR Metrô Bahia, ajudam a democratizar o acesso aos livros. A ação estimula a troca e a doação gratuita de exemplares usados em seis pontos instalados nas estações Acesso Norte, Campo da Pólvora, Pirajá, Rodoviária, Bairro da Paz e Aeroporto.
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A iniciativa tem como objetivo democratizar o acesso à leitura e transformar o ambiente do metrô, um espaço de grande circulação, em um local de aprendizado, imaginação e troca de experiências. Passageiros podem depositar livros já lidos e escolher outros para levar consigo, incentivando o compartilhamento de conhecimento e o reaproveitamento de obras.
O aposentado Omar Santana, de 78 anos, é um dos frequentadores assíduos das casinhas de leitura. “Tanto eu pego aqui, pego no aeroporto, levo daqui, boto lá. Não falta livro. É uma luz que se acende, principalmente pra quem valoriza o que é bom”, afirmou.

Segundo Pedro Bispo, supervisor de atendimento na Estação Pirajá, o projeto tem sido bem recebido pelo público. “Acredito que circulam cerca de 600 livros por mês entre as seis estações. As pessoas abraçaram a ideia. É uma forma de democratizar a leitura, que hoje é quase um artigo de luxo. O público é carente e essa troca acaba sendo uma oportunidade de acesso”, explicou.
Além de promover o hábito da leitura entre os passageiros, o projeto desperta reflexões sobre a importância dos livros, especialmente na infância. Para o psicólogo infantil Genisson Borges dos Santos, ler é um ato transformador: “A leitura é uma ferramenta poderosa no desenvolvimento integral da criança. Ela estimula a linguagem, amplia o vocabulário e fortalece a imaginação. Mais do que melhorar notas, ler ajuda a criança a aprender de forma autônoma e a desenvolver empatia”, destacou.

A escritora e bióloga Carla Chastinet, que também é contadora de histórias e palhaça, ressalta a importância de cultivar o gosto pelos livros desde cedo. “Crianças que leem têm um raciocínio mais elaborado e maior criatividade. As histórias trazem ideias, novas palavras e despertam a curiosidade. Além disso, o contato físico com o livro é insubstituível, o toque, o cheiro, o folhear estimulam a coordenação e o vínculo afetivo com a leitura”, afirma.

Carla, autora de O Rio que Sentia Cócegas, explica que seu trabalho busca unir literatura e consciência ambiental. “Quis alcançar o público infantil porque acredito que as crianças ensinam muito aos pais. Elas têm sensibilidade e curiosidade para proteger o meio ambiente. Escrevo para elas com a esperança de inspirar esse olhar para a natureza”, contou.

Incentivar a leitura nas escolas, especialmente nas turmas infantis, é um desafio constante diante da concorrência das telas e da rotina acelerada das famílias. O exemplo do Colégio Dom Bosco mostra como ações criativas podem fazer a diferença. A diretora Fabiane Souza destaca que a instituição desenvolve o projeto Sacola Literária com o objetivo de promover o gosto pela leitura e fortalecer o vínculo entre escola e família. “A iniciativa consiste em enviar, periodicamente, uma sacola com livros e atividades de leitura para casa, permitindo que os alunos compartilhem momentos de aprendizagem e imaginação com seus familiares”, explica.

Ao incentivar a leitura em um espaço cotidiano como o metrô, a CCR Metrô Bahia contribui para transformar o trajeto diário dos passageiros em uma experiência cultural e educativa.
*Sob a supervisão do editor Anderson Orrico
