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lamentável - 23/03/2023, 16:48 - Santiago Oliveira

São Gonçalo dos Campos cancela festejos juninos; Confira o motivo

Além das festas juninas, redução orçamentária também afeta infraestrutura e educação

A Câmara de Vereadores tem histórico de polêmicas
A Câmara de Vereadores tem histórico de polêmicas |  Foto: ASCOM

Uma das mais tradicionais festas juninas de toda a Bahia está cancelada. O município de São Gonçalo dos Campos não realizará o São João em 2023, evento este que estava se tornando um dos principais pilares da economia local, gerando emprego e renda.

O motivo do cancelamento é a redução em R$ 5 milhões no orçamento da pasta da Cultura, o que dificulta a montagem da estrutura do evento e contratação de artistas. As dificuldades foram impostas pela Câmara dos Vereadores.

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"Anuncio que não teremos os festejos de São João este ano. Fica comprometida também a realização do Cidade Jardim Festival e o Songa Iluminada. É triste informar isso, pois os festejos juninos do ano passado geraram muita riqueza para a cidade. Foram diversos músicos locais, ambulantes, além de dezenas de empregos gerados indiretamente na preparação. Acredito que é uma perseguição ao prefeito, mas quem menos perde sou eu", declarou o prefeito Tarcísio Pedreira (Solidariedade).

Os comerciantes foram pegos de surpresa, pois durante todo o ano esperam o evento para aquecer as vendas. "Ainda estou processando tudo o que foi dito, porque não era o que eu estava esperando. Esperava dizer a todo o comércio local que vamos às vendas. Não tenho nem como mensurar o impacto disso. Avaliaremos as medidas a serem tomadas. Não acho que você (prefeito) cancelou o São João, mas a Câmara de Vereadores São Gonçalo cancelou", criticou a presidente da Associação dos Comerciantes.

Diversos vereadores, representantes dos comerciantes, profissionais do setor cultural e lideranças dos ambulantes estiveram presentes na coletiva de imprensa, mostrando solidariedade à gestão municipal.

"São dois impactos hoje: como cantora e representante dos barraqueiros, porque tem gente se preparando desde o ano passado fazendo licor e outras bebidas. São mães solo que estão perdendo uma oportunidade de trabalho. Fico sentida de coração", disse a ambulante Aline Costa.

São Gonçalo dos Campos se tornou a única cidade de toda a Bahia a ter 0% de suplementação orçamentária. Na prática, o gestor local não pode remanejar nenhuma verba dos cofres públicos.

A suplementação é prevista pela legislação orçamentária, possibilitando o remanejamento de recursos de uma pasta para outra, não consta como mais recursos, mas apenas como transferência. É um mecanismo legal que ações de um governo aconteçam, superando imprevistos.

Setores como infraestrutura e educação também estão sendo impactados, comprometendo as atividades essenciais do município. A manutenção de ações da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), por exemplo, possui verbas para materiais de consumo apenas até o mês de maio.

"Queria estar aqui para trazer notícias melhores, mas o meu sentimento hoje é de verdadeira tristeza. Quero informar a minha cidade e a imprensa da Bahia, alguns fatos: a merenda escolar teve que ser reduzida pela ausência de suplementação, assim como o corte de diversas linhas de transporte dos universitários, a Creche de Brotas, reformada e ampliada não vai funcionar, assim como quatro casas de farinha não vão ser reformadas e, mais ainda, nas próximas semanas as ações da prefeitura podem parar pela falta de insumos", alertou Pedreira.

No fim de 2022 foi enviado à Câmara um projeto de lei que estimava a receita e fixava a despesa para o exercício de 2023, acordada com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o plano de governo aprovado pela população. Um pedido de suplementação foi realizado em fevereiro, mas não foi encaminhado para as comissões responsáveis, descolorindo o regimento interno.

A Câmara de Vereadores tem histórico de polêmicas. Inclusive, o atual presidente, Josué Oliveira (PP), conhecido como Joca, durante o período da eleição, havia divulgado um edital anunciando abertura de inscrições para concorrer à presidência da Câmara, mas se encerrava no mesmo dia às 14h. Por conta do curto prazo, o edil foi o único a concorrer, causando surpresa e revolta em alguns vereadores.

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