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saúde - 05/05/2023, 10:50 - Da Redação

Riscos da automedicação afetam 89% dos brasileiros, diz pesquisa

No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos especialistas alertam para riscos do uso indiscriminado

Doses adequadas às necessidades individuais, por um período correto e ao menor custo. Esse é o tripé preconizado pela Organização Mundial da Saúde para o uso racional de medicamentos. No Brasil, 5 de maio é o dia dedicado ao movimento para combater no país um problema de ordem mundial, que pode causar danos irreversíveis e até levar à morte. Segundo estimativas da OMS, mais da metade dos medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada e metade dos pacientes não faz uso corretamente.

De acordo com Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz), anualmente são registrados mais de 30 mil casos de internação por intoxicação medicamentosa, com cerca de 20 mil mortes no Brasil. Levantamento do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) feito em 2022 revelou que 89% das pessoas se automedicam no Brasil.

“A pesquisa do ICTQ mostra que os analgésicos estão no topo da lista, com 64%, seguidos dos antigripais (47%) e relaxantes musculares (35%)”, comenta Monique Almeida, farmacêutica da Clínica AMO, que pertence à Dasa, maior rede de saúde integrada do país. O estudo mostra que sintomas como ansiedade, estresse e insônia também são motivos para automedicação em, pelo menos, 6% da população.

O uso indiscriminado de medicamentos pode levar à resistência antimicrobiana, causar interação medicamentosa (inclusive anulando o efeito de alguma outra droga), alergia, intoxicação, efeitos colaterais adversos, dependência, retardar e agravar diagnósticos, mascarar doenças e até agravar outras, como as cardiovasculares, pois algumas fórmulas causam descompensação pressão arterial, fator de risco importante o acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto. Isso sem considerar o impacto nos custos para o paciente e o sistema de saúde.

Pacientes oncológicos

No caso de pacientes em tratamento contra o câncer através da quimioterapia, o uso indiscriminado e a automedicação podem ter efeitos ainda mais severos, como alerta a oncologista Aknar Calabrich, da AMO. “Os pacientes oncológicos normalmente necessitam de diversas classes de medicamentos, que, se não adequadamente tomadas, podem interagir e intensificar efeitos adversos, levando a hospitalizações”, explica. “Isso ainda é mais grave em pacientes idosos, já que a idade está associada a alterações fisiológicas que interferem em muitos medicamentos”, completa a oncologista.

Sobre os riscos da automedicação, a médica diz ainda que “a prática pode interferir na eficácia dos tratamentos para o câncer, já que a metabolização ou absorção de vários remédios causa interação. Por isso, é muito importante conversar com seu oncologista sobre todos os medicamentos em uso”.

Como alerta Aknar Calabrich, estudos mostram que a automedicação pode atrasar o diagnóstico de alguns tipos de câncer, como gastrointestinal, uma vez que o paciente posterga a busca do auxílio médico adequado.

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