Audo Rodrigues, promotor do Ministério Público da Bahia, visitou recentemente a construção das estruturas para os camarotes da Micareta de 2023 e identificou bastante amadorismo nas construções que estavam feitas. A declaração foi em entrevista ao Acorda Cidade na manhã de segunda (3).
Ele levou engenheiros técnicos especializados para realizar a supervisão, e contou que deve-se ter uma maior atenção em relação às estruturas, por conta dos três anos que a festa ficou parada. Audo ainda fez um comparativo entre o que ele viu, ao acontecimento na boate Kiss em 2013, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde ouve um incêndio que deixou 242 jovens mortos.
“Fiquei muito assustado, não dormi bem esses dias. Há amadorismo na construção dos camarotes. A norma não é um capricho, é uma obrigatoriedade de verificação de situações objetivas que garantam a segurança das pessoas que ali vão utilizar. No incêndio na boate já tínhamos uma preocupação com esses eventos. Em 2017 foi sancionada uma Lei da Boate Kiss que endurece e responsabiliza quem não cumpre seu papel. Foram constatadas diversas irregularidades, desde a utilização de assoalho de madeiras impróprias, montagem e verificação de rampas de acesso e de evacuação. A rampa existe com o objetivo principal de uma rota de fuga e evacuação caso haja um incêndio, uma briga generalizada. São diversas situações que precisam ser verificadas”, disse ele em entrevista.
O Promotor assegurou que passou as informações de tudo que ele identificou nas construções, diretamente para a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), a fim de que todos os problemas sejam corrigidos. Na próxima quarta-feira(5), uma reunião com o MP, o poder público e outros envolvidos será realizada para discutir e corrigir as irregularidades do local. Audo ainda complementou dizendo que os camarotes só poderão funcionar após receberem a permissão do corpo de bombeiros.
“Nós não chancelaremos a falta de cumprimento de requisitos objetivos que garantam a segurança. Não quero que seja surpresa, a população precisa saber da responsabilidade e do risco”, destacou.