
Os fardamentos da Polícia Militar da Bahia (PMBA), que por muitos anos foram descartados, ganharam uma nova destinação com o projeto 'Recicla PM', promovido pela corporação. Na prática, a iniciativa consiste em utilizar uniformes que não têm mais utilidade para confeccionar peças de artesanato, como bonecas, almofadas e bolsas.
A ação é desenvolvida em algumas unidades da PM espalhadas por todo o estado. Em Salvador, a Base Comunitária de Segurança (BCS) do Bairro da Paz dispõe dessa iniciativa, intitulada por eles como ‘Prorecicla’.
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A unidade oferece os tecidos e mulheres voluntárias, moradoras da comunidade, produzem as peças. Depois de confeccionados, os itens são comercializados e toda a renda fica para elas.
A equipe do MASSA! esteve na BCS para conhecer o projeto de perto. Lá, o soldado Moisés Souza, um dos profissionais responsáveis por coordenar o Prorecicla, detalhou o funcionamento do projeto.

“O projeto consiste em reaproveitar o material do fardamento para confeccionar novas peças e acessórios. Todo esse material é feito por mulheres voluntárias que confeccionam esses itens, vendem e ficam com a renda. A BCS entra com a matéria-prima e elas com a mão de obra. Atualmente, nós temos a intenção de fazer da Base Comunitária um polo multiplicador. A ideia é que a gente ministre esses cursos de corte e costura, trazendo voluntários para poder ensinar a outras mulheres, principalmente, àquelas que sofreram algum tipo de violência doméstica ou que se encontram em situação de vulnerabilidade social”, disse.
O militar destacou, também, que o objetivo da ação vai além da confecção das peças.
“A partir do projeto conseguimos atendê-las tanto na parte física, que seria por meio do resgate delas, dando auxílio por meio da Maria da Penha, como intermediando maneiras de conseguirem renda extra e, com isso, possam trabalhar o psicológico através da arteterapia que seria fazendo essas peças. A nossa intenção é tentar conseguir arrecadar máquinas para produzir essas peças na própria base. É um caminho para, quem sabe, essas mulheres se tornarem microempresárias”, disse.
Moradora é só gratidão
Elisangela de Jesus Souza é uma das mulheres voluntárias do projeto. Emocionada, ela contou sobre como é integrar a ação. “É incrível pegar uma roupa que para muitas pessoas não serve mais e conseguir transformá-la em outra coisa. Me deixa emocionada, encantada com o meu trabalho. Passa um filme do que a gente viveu para aprender. Eu amei participar desse projeto, dessa ação. Eu espero poder ajudar mais vezes. Eu estou muito feliz com o desafio, com cada peça feita. Eu agradeço, também, a Moisés que confiou em mim, no meu trabalho”, declarou.

O projeto pode alcançar mais moradoras da região, mas para isso a Base Comunitária de Segurança precisa de parceiros que apoiem por meio de doações de máquinas de costurar. Interessados em contribuir podem entrar em contato por meio do perfil do Instagram @bcsbairrodapaz. É só deixar mensagem no direct.