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Salvador - 11/07/2025, 05:45 - Vitória Sacramento

Projeto oferece apoio a jovens que deixam espaços de acolhimento

Casa de Oportunidades atenderá até 80 jovens

Lançamento ocorreu no Auditório do Ministério Público da Bahia
Lançamento ocorreu no Auditório do Ministério Público da Bahia |  Foto: Shirley Stolze/Ag A TARDE

A organização internacional Aldeias Infantis SOS retoma suas atividades em Salvador com o lançamento do projeto Casa de Oportunidades, uma iniciativa pioneira voltada a jovens de 16 a 24 anos, que estão em transição da vida, em serviços de acolhimento para a autonomia adulta. O evento de apresentação do projeto ocorreu na manhã desta quinta-feira (10) , no Auditório do Ministério Público da Bahia, no bairro de Nazaré.

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A ação marca o retorno direto da entidade à capital baiana, de onde havia se retirado em 1999. Além de Salvador, a Aldeias Infantis SOS mantém atuação em Lauro de Freitas, Camaçari, Candeias e Mata de São João.

O projeto Casa de Oportunidades tem como missão garantir suporte técnico, emocional e financeiro a jovens que, ao completarem a maioridade, deixam os serviços de acolhimento sem rede de apoio. A proposta é acompanhá-los por dois anos, oferecendo oficinas de empoderamento, desenvolvimento de habilidades para o mercado de trabalho, mentoria entre pares, planejamento de vida e apoio para o acesso a direitos fundamentais.

“A saída do serviço aos 18 anos, muitas vezes, representa outro abandono. É um momento de insegurança e solidão. A Casa de Oportunidades oferece uma saída segura, com suporte emocional e técnico para garantir que eles não fiquem desamparados”, afirma Olivia Valente, psicóloga e gestora territorial da organização na Bahia.

Olívia Valente, psicóloga e gestora territorial
Olívia Valente, psicóloga e gestora territorial | Foto: Shirley Stolze/Ag A TARDE

O projeto atenderá até 80 jovens, divididos entre aqueles ainda acolhidos, prestes a completar 18 anos, e os que já se desligaram e enfrentam situações de vulnerabilidade social. Todos receberão um auxílio financeiro mensal durante o período de participação.i

Estudos da própria Aldeias Infantis SOS, como Vozes (In)escutadas e Minha Vida Fora Dali, revelam um cenário preocupante. Jovens egressos enfrentam altos índices de desemprego, instabilidade emocional, exclusão educacional e precariedade habitacional. Em Salvador, 36% dos acolhidos permanecem nos serviços além do tempo recomendado, e 32% têm entre 14 e 21 anos. A cidade também registra altas taxas de transtornos mentais (19%) e deficiência (12%) entre os acolhidos, agravadas por um contexto socioeconômico de pobreza e desemprego.

A Casa de Oportunidades tem inspiração no projeto homônimo implantado em Campinas (SP), que atendeu 40 jovens no primeiro ano e serviu como modelo para Salvador. A equipe local será formada por psicólogos, assistentes sociais, educadores e articuladores sociais, que trabalharão com os jovens em eixos como autoconhecimento, planejamento financeiro, inserção no mercado de trabalho e desenvolvimento emocional.

“A ideia é que, no segundo ciclo, os jovens que passaram pelo primeiro se tornem mentores dos que estão entrando. Eles farão rodas de conversa estruturadas, para que se ajudem mutuamente nesse processo de autonomia e vida independente”, explica Olivia Valente.

Luciana Bahia, pedagoga e ex-acolhida das Aldeias Infantis, é exemplo vivo do impacto do acolhimento com qualidade. Ingressou ainda bebê, cresceu em um lar com estrutura e carinho, formou-se e hoje coordena um projeto próprio de apoio a jovens egressos.

Público presente no evento
Público presente no evento | Foto: Shirley Stolze/Ag A TARDE

“Quando fazemos 18 anos, nos perguntam: ‘e agora, o que vai ser da sua vida?’ E é justamente quando mais precisamos de apoio. O projeto Vida Adiante surgiu disso, da vontade de acompanhar quem sai das aldeias, ajudar com trabalho, saúde, encaminhamentos”, afirma Luciana.

Além de promover a autonomia individual, a Casa de Oportunidades tem como objetivo articular com a rede municipal a construção de uma política pública de acompanhamento de jovens egressos, podendo servir de referência nacional.

“Queremos garantir que essa saída do serviço não seja tão fragilizada quanto tem sido. Moradia, trabalho e saúde emocional são prioridades. O impacto que buscamos é formar adultos com autonomia real, com dignidade e com sonhos possíveis”, conclui Olivia.

Para saber mais sobre a Casa de Oportunidades e outras iniciativas da Aldeias Infantis SOS, acesse: www.aldeiasinfantis.org.br.

Quem deseja contribuir pode fazer uma doação via Pix, utilizando a chave: 35.797.364/0001-29, ou doe.aldeiasinfantis.org.br.

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