
A assembleia em formato híbrido dos professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) aprovou a paralisação das atividades acadêmicas nesta quarta (10) e quinta-feira (11). O movimento busca integrar a categoria docente à mobilização nacional contra a proposta de Reforma Administrativa, considerada pelos sindicatos uma ameaça ao funcionamento de serviços públicos essenciais, como educação e saúde.
Leia Também:
A paralisação integra um calendário de ações coordenado por entidades representativas do funcionalismo público nas esferas federal, estadual e municipal. Na Uneb, a orientação é promover atividades de mobilização em Salvador e nos campi do interior.
Na capital, estão previstos seminários: na quarta (10), o tema será os impactos da Reforma Administrativa no serviço público e na sociedade; já na quinta (11), as discussões vão se concentrar em pautas internas do movimento docente, como o direito ao adicional de insalubridade. Já no interior, cada campus organizará atividades próprias com a comunidade acadêmica.
O debate sobre a Reforma Administrativa voltou ao centro da agenda neste semestre, após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciar o tema como prioridade de sua gestão. Para avançar nas discussões, ele instituiu um grupo de trabalho coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), composto por 18 parlamentares. O texto final da proposta ainda não foi apresentado.
Para a coordenadora de Comunicação da Aduneb, Kátia Barbosa, a mobilização é fundamental para expor os riscos da reforma. Segundo ela, o argumento de que a medida fortaleceria áreas como saúde e educação não se sustenta.
“Existem várias questões que ameaçam diretamente as servidoras e os servidores públicos. Cito como exemplo a possibilidade de perda da estabilidade de emprego, que é fundamental para proteger o servidor de perseguições políticas e ideológicas. Ressalto também a proposta de avaliação de desempenho, que, se utilizada de maneira arbitrária ou subjetiva, servirá para justificar demissões ou fomentar o assédio moral”, afirmou.